Programa do cooperativismo mineiro é exemplo nacional de voluntariado

Onde há cooperação, há vidas transformadas. Por princípio, toda cooperativa deve colaborar ativamente para o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atua. E uma boa maneira de fazer isso é por meio do voluntariado, uma das molas propulsoras do Dia de Cooperar (Dia C) — programa que surgiu aqui, em Minas Gerais, há 15 anos para congregar as ações e os projetos de responsabilidade socioambiental das cooperativas. No começo, de forma local e, desde 2013, em âmbito nacional.

O desafio do cooperativismo mineiro, este ano, é confirmar — para todo o Brasil — nosso protagonismo no mercado ESG. Por isso, queremos cadastrar o maior número de cooperativas e de programas sociais no Dia C 2023.

“Queremos mostrar para Minas Gerais e para o Brasil o que o cooperativismo está fazendo pelo desenvolvimento das comunidades onde atuam”, explica o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato. “Por isso, é muito importante que todas as cooperativas mineiras registrem suas ações no Dia C”.

Atualmente, 15% dos voluntários do Dia C são de Minas Gerais. Quer mais? Mais da metade das pessoas beneficiadas em todo o Brasil pelo programa, desde 2015, são mineiras.

“Esses números reforçam o papel do coop mineiro como uma organização econômica formada por pessoas, que, através de resultados financeiros, geram lastro para promover o desenvolvimento social e ambiental”, compara a gerente de Educação e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Ocemg, Andrea Sayar.

DIVERSIDADE

As iniciativas mineiras no Dia C incluem desde projetos mais robustos — como a recuperação de matas ciliares e programas de geração de trabalho e renda — até ações de caráter emergencial, como a doação de cestas básicas a populações em situação de risco.

Para Andrea Sayar, um dos momentos mais emocionantes que já presenciou no Dia C ocorreu no município de Carlos Chagas, em 2017. “Os voluntários do Sicoob local fizeram um estudo na rede pública de ensino, em cinco cidades vizinhas, e constataram que a evasão escolar ocorria, em parte, porque muitos alunos tinham problemas de visão”, explica. Na época, foi criado o programa De Olho no Futuro, com a realização de consultas oftalmológicas para 1.495 crianças. Destas, 302 receberam a doação de óculos e mantiveram-se na escola.

“Se você consegue mudar os números da educação para melhor, como nesse caso em que houve uma redução da evasão escolar, você gera um impacto em toda a economia do município”, completa Andrea.

Outro case de sucesso do Dia C, em 2023, foi o da Cooperativa Regional Agropecuária de Santa Rita do Sapucaí (CooperRita). Em vez de levar uma ideia pronta para o evento, a cooperativa desafiou 170 alunos de uma escola a pensarem em uma ação social capaz de impactar positivamente a vida das suas famílias.

“Eles arrecadaram doações junto à comunidade e bolaram o que seria apresentado pela cooperativa no evento, que contou com teatro, roda de conversa e piquenique para os idosos do Asilo São Vicente de Paulo”, explica Juliana Soares, coordenadora administrativa da cooperativa.

E para dar mais força a iniciativa, a cooperativa buscou parcerias com outras organizações cooperativistas da região, incluindo o Sicredi, Sicoob Copermec, Sicoob Credivass e RenovaEco. “Esse é o verdadeiro sentido de cooperar e o significado maior do cooperativismo”, completa Juliana.

Já na Cooperativa Agropecuária de Carmo da Paraíba (Carpec), a ação do Dia C incluiu ‘instigar’ funcionários, colaboradores e fornecedores a doarem chocolates ou contribuições em cofrinhos, despertando a solidariedade no período da Páscoa.

“A ideia era tornar a vida das crianças mais doce. A doação podia ser de uma barra de chocolate, caixa de bombons ou Bis. Era desnecessário comprar ovos de chocolate caríssimos”, explica a coordenadora do RH da Carpec, Adriana Mendonça.

A iniciativa deu certo.  Segundo Adriana, foram arrecadados mais chocolates do que o número total de crianças das cinco instituições beneficiadas em Carmo do Paranaíba e em Tiros. O coelhinho da Páscoa distribuiu nada menos que 236 caixas de bombons, ultrapassando os 195 beneficiários de quatro instituições inscritas. “Até os irmãozinhos ganharam doce”, brinca.

Fonte: Sistema Ocemg