Ações, iniciativas, produtos e operações com foco em sustentabilidade e responsabilidade social no âmbito comercial e corporativo. Esse é o resumo que caracteriza as práticas ESG, representadas pela sigla que em inglês significa Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança). O conceito ganhou relevância nas últimas décadas e se transformou um dos principais ativadores de valor agregado para empresas de todos os portes, das micros até as multinacionais.
O comprometimento com padrões alinhados ao conceito ESG influencia diretamente na credibilidade da corporação, gerando uma melhora de percepção do público e de possíveis investidores. De acordo com o relatório anual global da Ernst & Young, publicado em 2022, 78% dos investidores acreditam que as empresas devem incorporar os critérios ESG em seus modelos de negócios, e 99% deles utilizam as divulgações em ESG como parte do processo decisório de investimento.
Outra pesquisa, realizada pela PwC Global ESG Survey, revelou um dado similar: 79% dos entrevistados consideram o conceito ESG importante nas decisões de investimento, e 82% acreditam que as empresas devem incorporar diretamente as características em suas estratégias corporativas. Para a advogada Nathalia Lima Barreto, sócia do escritório Razuk Barreto Valiati, e profissional especializada na implantação de Programas ESG, o alinhamento das práticas é um importante recurso para o posicionamento responsável e transparente nas organizações. “A questão do ESG está passando por um processo de crescente regulação por diversas entidades, da ABNT, passando pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários. É uma forte tendência entre ‘shareholders’ e ‘stakeholders’”, comenta a profissional.
Os números mostram que acionistas e o público de interesse estão cada vez mais conscientes de que as instituições com práticas ESG bem estruturadas tendem a construir estratégias corporativas mais efetivas. “A implantação de um Programa ESG gera invariável redução dos custos das empresas, melhora na reputação da organização, além de contribuir para a criação de valor para o mercado e para a redução dos riscos perante organizações, comunidade e meio ambiente”, esclarece a especialista.
Mais do que atender regulamentos e demandas sustentáveis, os projetos baseados nas práticas ESG se mostram como um mecanismo de fortalecimento, que pode ser implementado a qualquer momento independente do porte e longevidade da empresa. “É possível avaliar objetivamente o grau de maturidade corporativa em ESG das empresas e, a partir daí, iniciar a jornada com a identificação das principais materialidades da companhia com a organização de diretorias ou comitês específicos, execução de ‘due diligences’, atualizações normativas e treinamentos in company sobre questões específicas”, explica Nathalia Lima Barreto.
“Com o avanço da implementação das práticas ESG dentro da empresa é possível ativar, por exemplo, os Programas de Integridade e Relatórios Anuais de Sustentabilidade para divulgação, mostrando para o mercado, entidades, investidores e consumidores que a empresa está em um patamar de preocupação e investimento intensivo em sustentabilidade,” complementa a advogada.
Fonte: Portal Segs