Desafios globais para o cooperativismo – Ariel Guarco, presidente da Aliança Internacional Cooperativa (AIC)

Foi um ano muito significativo. Os membros da Aliança Internacional Cooperativa tiveram a oportunidade de se reencontrar, após o histórico 33º Congresso realizado em Seul, em dezembro de 2021.

A Assembléia de Sevilha em junho deste ano foi um encontro magnífico para trocar ideias, acordar propostas e ratificar os rumos de nossa organização. No contexto da saída da pandemia, mesmo com um cenário global instável, este ano conseguimos estreitar os nossos laços e promover a intercooperação regional e sectorial, capacitando os jovens, praticando a igualdade de género, apostando num diálogo crescente com as organizações e sentindo-nos cada vez mais orgulhosos da nossa identidade cooperativa.

Quais são suas esperanças para o futuro?

A esperança é que tenhamos capacidade mais do que suficiente para superar os desafios sociais, econômicos e ambientais que a humanidade enfrenta. Há quase dois séculos, nosso modelo de negócio vem respondendo às dificuldades enfrentadas por comunidades em diferentes contextos, em todas as partes do planeta. Cada vez mais, governos e organizações internacionais entendem que somos um aliado estratégico para gerar crescimento econômico e, ao mesmo tempo, distribuir oportunidades de desenvolvimento e bem-estar a todas as pessoas, sem deixar ninguém para trás.

Nosso modelo tem um histórico comprovado. Constrói relações harmoniosas que fortalecem a democracia, a inclusão e a paz. Isso é vital em um momento como este, em que crescem as tensões geopolíticas globais e tantas dificuldades no fornecimento de bens básicos como energia ou alimentos. Finalmente, as cooperativas sempre garantiram trabalho decente, cuidado com os ecossistemas e produção e consumo responsáveis, por isso podemos dizer que somos uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável que, além disso, está nas mãos de cada comunidade.

Como sempre digo, os desafios são globais mas as respostas são locais, e é em cada território que as pessoas se organizam para cooperar e resolver as suas necessidades. Este paradigma está consolidado e estou convencido de que é ele que pode guiar a humanidade para um futuro melhor.

Fonte: Coop News