Ari Rosso, 72 anos, nascido na Vila Rosso, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul tem uma trajetória de mais de 36 anos nas cooperativas. Deles, 28 anos atuou como presidente da Sicredi Integração RS/SC/MG, encerrando seu mandato agora em julho de 2023.
Em 1971, ingressou no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo. Lá se dedicou no associativismo, em um primeiro momento com atuação no Sindicalismo e depois no Cooperativismo. Rossi iniciou a sua trajetória na Cooperativa de Crédito Rural de Passo Fundo LTDA em 1987, quando a cooperativa transferiu seu endereço para junto da sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo. Como trabalhava no Sindicato passou de dirigente para atuar na gestão da cooperativa.
Em entrevista à MundoCoop, ele relata a sua trajetória, os desafios que enfrentou e as mudanças que o cooperativismo enfrentou nesses anos.
Me conte um pouco da atuação nas cooperativas e qual a atuação destaca como o mais importante. Por quê?
O início foi muito difícil, numa pequena sala junto à sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, com 2 colaboradores. As principais ações foram de um trabalho de base, com o resgate da imagem do cooperativismo. A seguir estabelecemos parcerias com entidades ligadas ao agronegócio, e com o sistema “S” (SESCOOP) incentivando o empreendedorismo, a formação e a gestão como, pilares de sustentação. Na governança tivemos um pilar disruptivo para época. Implementamos as boas práticas: Um momento completamente novo, com distinção entre os papéis da Diretoria Estratégica e da Diretoria Executiva. Ainda podemos destacar a expansão, como um marco importantíssimo. Com a livre admissão de associados, foi muito grande o nosso crescimento, com uma atuação muito forte no mercado urbano. No sistema Sicredi temos 5 centrais presentes em diferentes regiões Estratégicas no país e, uma delas em Porto Alegre, onde exerci em 2 mandatos a função de Conselheiro de Administração daquela Central. Temos também o Centro Administrativo Sicredi em Porto Alegre, onde exerci um mandato a função de Conselheiro Fiscal. Também atuei em 2 mandatos como Conselheiro Fiscal e um mandato como Conselheiro de Administração, junto ao SESCOOP/RS. Em Passo Fundo também tivemos participação marcante em diversos Conselhos e nos principais eventos, das mais diversas entidades de classe. Ainda, registro o processo sucessório do Conselho de Administração, transcorrido com total tranquilidade, transparência e sinergia entre as Diretorias Estratégica e Executiva, com pleno acompanhamento do Conselho de Administração. Chegamos em 2023 como uma das grandes instituições financeiras cooperativas, entre as maiores do Brasil, presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Contamos com mais de 61 mil associados, ultrapassamos 360 colaboradores, possuímos 25 agências, com planejamento estratégico elaborado até o ano de 2025.
Quais foram seus maiores desafios na atuação nas cooperativas?
Os desafios foram muitos, podendo destacar o resgate da imagem, a entrada no mercado urbano e a expansão.
Quais as mudanças que percebeu, do começo para os dias atuais?
A principal mudança está sendo o reconhecimento da sociedade de que valorizamos o relacionamento, oferecemos soluções financeiras e contribuímos para uma sociedade mais próspera.
Qual a responsabilidade das cooperativas para o país e a sociedade na sua opinião?
As cooperativas constroem um mundo melhor. São instrumentos de organização econômica da sociedade. Estão alicerçadas em 2 grandes pilares, o econômico e o social.
Como foi seu trabalho de unificação em algumas cooperativas?
Durante 2 mandatos, na condição de Conselheiro de Administração da Central Sicredi Sul Sudeste, atuamos fortemente no fortalecimento das cooperativas, com os objetivos principais de ganho de escala e viabilidade econômica.
O que aprendeu com as cooperativas e o cooperativismo?
Como sociedade de pessoas, somos imbatíveis através da união, da solidariedade e da ajuda mútua.
O que os seus anos de cooperativa lhe ensinaram?
Os ensinamentos adquiridos são inúmeros, mas tudo se resume em estar preparado para trabalhar por uma causa. O maior patrimônio da cooperativa são os associados, que através da cooperação, aumentam os ganhos em escala, proporcionam maior competitividade no mercado e constroem juntos uma sociedade mais próspera.
Como foi estar na presidência de uma delas?
É um desafio constante, muito aprendizado, momentos maravilhosos e momentos não tão bons, mas sem a menor dúvida, todos eles nos alicerçaram para melhor cumprir esta missão.
O que tens feito na atualidade e como tem sido o seu papel nas cooperativas?
Encerrei meu mandato agora em julho de 2023. Foram 36 anos de trajetória, entre eles 28 anos dedicados inteiramente à presidência. Anos de muito suor, respeito e gratidão. Foram 4 décadas levando o desenvolvimento e soluções para a melhoria da qualidade de vida dos associados. Por isso agradeço a todos que desempenharam esse papel de levar para às comunidades a verdadeira essência do cooperativismo. O cooperativismo faz bem, para o mundo e para você também!
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop