Não é possível pensar em vida pessoal e nem profissional longe as redes sociais. Para se ter uma ideia da força delas, segundo dados da Digital 2022 Brazil, são mais de 171,5 milhões de brasileiros conectados.
Um estudo mostrou que 96,4% acessam o YouTube, 91,7% o Whatasapp, 89,8% facebook e 86,3% instagram. O Tik Tok e o Telegram aparecem com 47,9% e 29,4% respectivamente. Os motivos desse uso vão desde se informar, se divertir até preencher o tempo livre
Somos o terceiro país do mundo usuário de redes sociais de acordo com a Hootsuite e WeAreSocial. Por isso elas se tornaram uma poderosa ferramenta de comunicação e de construção de imagem.
O grande problema é quando nos esquecemos de que as redes sociais são acessíveis a todos, inclusive aos nossos chefes e recrutadores.
Tanto a imagem on line, quando e off line estão intimamente ligadas, e por isso devem ser bem construídas.
As empresas de olho na sua rede social
As redes sociais dos candidatos e dos colaboradores tem sido cada vez mais os principais alvos das empresas, seja na hora de contratar um profissional, de mantê-lo na corporação ou até de demiti-lo.
Marina Copola, executiva, fundadora da VOEE, mentora em Design de Negócios & Branding ensina que precisamos entender que esses canais de comunicação são fragmentos de nosso dia a dia e quando inseridas em contextos errados, podem impactar de forma errônea a nossa imagem pessoal e consequentemente a profissional. Ela conta que o acesso a estes canais é cada vez maior, facilitando o contato entre profissionais, se não existir um filtro” nas postagens, pode custar uma vaga de emprego.
Outra especialista em redes sociais, Adriana Coutinho, empresária, palestrante e digital influencer, Founder e CEO da Acout Plus, conta que é muito comum grandes empresas, antes de qualquer contratação, analisarem as redes sociais do candidato. “Se o comportamento foge do DNA do contratante certamente será reprovado. Portanto, ter uma rede social que passe uma imagem positiva e relevante, não é opcional para ninguém”, lembra Coutinho.
Por isso, o ideal é usar a rede social a seu favor, passando informações relevantes, mostrando que domina conhecimentos ao invés de exibir em excesso a vida pessoal.
Adriana lembra, que no mundo das redes sociais um passo em falso pode prejudicar a imagem não só do colaborador, mas da empresa também. “Por exemplo, um colaborador de uma empresa que emite uma opinião grosseira em um post de um artista cheio de fãs, imediatamente é descoberto onde este colaborador trabalha e a empresa é cobrada por isso e, muitas vezes, atacada causando transtornos”, exemplifica a empresária.
Uma opção para ter uma boa imagem é manter as suas redes sociais trancadas, aberta somente para os amigos muito próximos, fazer posts leves, mostrando um lifestyle saudável, compartilhar conhecimento sobre a área em que atua, e se conectar com pessoas relevantes.
A imagem é tudo
Se você deseja ter uma boa carreira ou subir na empresa, posicione bem a sua imagem nas redes sociais, em especial no LinkedIn, que é a principal plataforma corporativa do mundo e tem forte alcance e engajamento no Brasil.
Michele Barcena, CEO da Bendita Imagem, explica que é indispensável construir uma imagem positiva nas redes sociais, em especial no Linkedin. “Nas demais redes, consideradas de uso ‘pessoal’, o cuidado deve ser com excesso de exposição, temas sensíveis, palavras de baixo calão e comportamentos inadequados. Hoje todos estão conectados e de certa forma, com suas vidas expostas”, lembra a CEO da Bendita.
Michele explica que as opiniões, a maneira como você se coloca publicamente, o comportamento que adota nas redes, é visto e muitas vezes avaliado, por muitas pessoas, inclusive do seu meio de atuação, de seu trabalho. Sendo assim, é importante ter um comportamento sensato, adequado e estratégico, especialmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. “É fundamental ter estratégia e assertividade na forma de se comunicar e se posicionar publicamente, levando em consideração o envolvimento de terceiros, a abordagem de temas sensíveis ou que possam afetar direta ou indiretamente outras pessoas, por exemplo”, conta Barcena.
Diferenças entre a vida privada e a pública
Uma questão importante para se colocar quando o tema é redes sociais, é até onde vai a vida privada e a pública. É possível separar uma da outra? Marina Copola. Executiva e fundadora da VOEE, mentora em Design de Negócios & Branding considera isso possível, basta ter em mente qual é o objetivo em cada uma das redes. “Sabendo equilibrar conteúdos profissionais e pessoais, que fazem a diferença e estejam atrelados ao contexto profissional, sempre será um ponto positivo. Quando leva a intenção para sua comunicação, você tem mais clareza de como pode usar a rede a seu favor. As possibilidades são infinitas, qualquer produto hoje pode estar em vitrine e sendo trabalhado a seu favor”, indica Copola.
4 Passos para não prejudicar a sua imagem nas redes sociais:
- Não exponha a sua vida.
- Não se exponha em estado vulnerável.
- Evite emitir opiniões políticas, religiosas ou que expressem racismo, homofobia, machismo, xenofobia ou qualquer tipo de preconceito.
- Caso o colaborar tenha um perfil aberto, se preocupe com o que estará postando.
Por Priscila de Paula – Matéria publicada na Revista MundoCoop edição 110