PALAVRA DO TEJON
“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos“ – Winston Churchill
A saga da humanidade é uma jornada longa forjada por líderes intrépidos, sós, uma minoria que mudou o mundo atuando com a convicção inabalável das mudanças ascensionais.
Acabei de receber um texto de Paulo Hartung, agora presidente do IBÁ (Indústria Brasileira da Árvore), sobre uma cerimônia no Iate Clube do Rio de Janeiro em homenagem a um líder que foi o precursor do desenvolvimento do setor de árvores cultivadas para fins industriais com sustentabilidade e responsabilidade social: Erling Lorentzen. Este visionário completaria 100 anos em 2023 e deixou uma mensagem extraordinária dizendo: “o impossível leva mais tempo“.
Hoje, atuo com a consciência e a certeza de que quando me dizem algo ser impossível, mais eu creio na sua total possibilidade.
Na frase do título desta coluna, durante a segunda guerra mundial, Churchill enfrentava com recursos limitados o maior poder militar da época, considerado imbatível, exército e força aérea da Alemanha nazista. E escreveu aquilo que encontramos como métodos dos eventos transformadores da história da vida na terra, uma minoria ativa e consciente, os diferentes, mudam o mundo.
Passado um tempo podemos admirar os resultados destes seres humanos especiais. No cooperativismo vejo a mesma coisa. Todas as cooperativas que visito e conheço, sempre pergunto: como foi o início? Qual era a situação? Quantos criaram e constituíram esta cooperativa? A resposta sempre repete a frase de Churchill: “nunca tantos deveram tanto a tão poucos“.
Neste mês estou conhecendo mais uma destas extraordinárias histórias. Eram 22 heróis, chamados de “os homens de botinas“ há 37 anos atrás. E essa alusão as botinas, na época, não eram exatamente um adjetivo honroso. Conectava esses 22 a uns “ingênuos“ para não utilizar aqui algo mais pejorativo. “Uns caras que estavam criando uma cooperativa, ideia esquisita que nunca ia dar certo“.
Muito bem, em 2023 essa ideia impossível dos “22 homens de botina“ é a cooperativa de crédito Sicoob Credivertentes que reúne 35 mil associados, gera prosperidade para toda a região e que deverá crescer a níveis de alta performance também neste ano.
Os funcionários, diretoria, cooperados e a sociedade da região jamais podem esquecer essas lições. E tendo oportunidade procurar seus fundadores, trocar ideias e recuperar os seus valores, onde coragem foi determinante para enfrentar os incômodos da fundação, enfrentar as vozes negacionistas, desenvolver confiança, a partir da confiança a cooperação, com a cooperação a criação das forças produtoras reunidas, ao criar obter a consciência da vitória humana sobre as incertezas e a possibilidade do sucesso com a sabedoria humana.
Então, a conquista pode ser presenciada e estudada na hora em que paramos para uma celebração, momento da reflexão e da correção dos rumos, pois nada está pronto, tudo na vida está sob constante necessidade de aperfeiçoamento.
Da mesma forma o nosso modelo de vida cooperativista, a maior indústria da dignidade humana na terra. Cooperativismo é o poder do caráter, do bom caráter, daquele que jamais se ajoelha perante o medo, as ilusões e que existe para fazer o que tem que ser feito na marcha da sensatez.
Líderes cooperativistas merecem o Nobel da paz. Parabéns a esses humanos a quem tanto devemos!
Na cooperativa Sicoob Credivertentes, em Minas Gerais, obrigado fundador presidente Joao Pinto Oliveira, que inspire sempre a toda juventude cooperativista.
Por José Luiz Tejon, palestrante especialista em agronegócio e membro editorial da Revista MundoCoop
Coluna Exclusiva publicada na Revista MundoCoop edição 110