O país de dimensões continentais. A forma como muitos se referem ao Brasil não é por acaso. São inúmeros os quesitos que tornam o país uma potência mundial, e em alguns temas, ele tem crescido e se tornado protagonista. Um deles é o potencial inovador, que ultrapassa questões culturais e territoriais.
Através dos polos de inovação, diversas regiões estão se transformando em berços de tecnologia, desenvolvimento e grandes ecossistemas que podem impulsionar verdadeiras evoluções e revoluções pelo país. Esse é o caso do Paraná, mais especificamente Londrina!
A cidade conquistou merecido destaque este ano ao se tornar primeiro Polo de Inovação Agro do Brasil, mas esse título traz consigo bem mais do que só uma nomenclatura. Representa a capacidade de potencializar resultados e abraçar a visão de futuro necessária para criar oportunidades.
Em conversa exclusiva, o diretor-presidente da Integrada Cooperativa Agroindustrial, Jorge Hashimoto, nos conta a relação e impacto desse cenário para o cooperativismo no país e, claro, compartilha um pouco sobre a atuação de sucesso da Integrada, grande representante do agro brasileiro e da inovação cooperativista atual!
Confira!
Em setembro, foi renovado o protocolo de intenção para tornar Londrina o primeiro Polo de Inovação Agro do Brasil. Por que a região pode ser considerada uma grande potência da inovação?
O potencial de Londrina para a inovação vem da riqueza que a cidade tem na sua composição. Além de contar com grandes empresas e instituições de peso, como a Sociedade Rural do Paraná (SRP), a cidade tem diversas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), como a Embrapa, que tornam o ecossistema favorável ao desenvolvimento, inovação e progresso.
Então você une esse cenário, com o potencial do agro na região e temos, por exemplo, o AgroValley, que é a governança do agro para inovação na cidade. Portanto, Londrina ter se tornado o primeiro Polo de Inovação Agro do Brasil em 2019 e ter essa intenção reforçada agora em setembro, não é uma coincidência, mas é um trabalho em conjunto, que foi feito ao longo desses anos por diferentes atores do ecossistema agro da cidade, em parceria com o poder público e outras instituições.
Do ponto de vista da Integrada, quais as maiores oportunidades que esse protocolo pode gerar para a cooperativa e para o agro brasileiro?
Estar em um ambiente propício para o desenvolvimento de inovações nos coloca em uma local de privilégio para buscar parcerias e soluções para nossos cooperados. Por isso assumimos uma postura ativa nesse ecossistema, participando do AgroValley, e incentivando ações de fomento à inovação, dentro e fora da cooperativa.
E como atores da cadeia produtiva do agro, quando nós trabalhamos para fomentar a inovação em nossos cooperados, estamos também fomentando a inovação no setor. Assim, uma transformação que começa na cooperativa, pode alcançar o Brasil todo.
As demandas atuais, e futuras, do agro estão mudando? A inovação segue como grande desafio?
Eu diria que o grande desafio do agro é a produtividade com sustentabilidade e a inovação é a ferramenta para que isso aconteça. É por meio da inovação que nossos produtores irão produzir mais, com mais qualidade e com menos impacto. O desafio é grande, mas a inovação está no sangue do agro desde sempre, por isso somos referência mundial, e ela continuará nos guiando para melhores resultados!
Recentemente, a Integrada foi reconhecida por projeto mais inovador da América Latina com a IRIS-Integrada Relacionamento Inteligente de Serviços, entre outros que já ocorreram. O que faz da Integrada um ambiente tão fértil para a inovação?
Acredito que a dedicação do nosso time é um fator relevante. Porque quando você tem profissionais que estão buscando o melhor, eles estão olhando para o futuro e nesse cenário, geramos projetos como a IRIS. A Integrada está onde está, porque tem pessoas dedicadas e ótimos profissionais trabalhando em prol dos nossos cooperados e do agro como um todo. Podemos dizer que esse ambiente fértil, é uma consequência de ter boas pessoas no time.
Criar diálogos e parcerias com startups, empresas, instituições e outras cooperativas se tornou indispensável? É preciso estar aberto para esses ecossistemas?
Com certeza! A mentalidade de caminhar sozinho não cabe mais se queremos ser inovadores. E a inovação é um dos valores da cooperativa. Criar parcerias de valor é a melhor forma de potencializar nossos resultados e acelerar o crescimento, tanto o nosso, como o dos parceiros. É uma forma inteligente de unir forçar. E é uma estratégia que temos adotado.
Um exemplo disso é o nosso Potent Smart, que foi lançado no ano passado. Ele é um produto inovador fruto de uma parceria com a Ubyfol. Unimos os nossos especialistas, aos deles, com a intenção de desenvolver um adjuvante de alta qualidade. O resultado fala por si só.
Quando o assunto é inovação, onde a Integrada pretende chegar? Qual o objetivo de vocês para os próximos anos?
Em 2025 nos encerramos nosso ciclo estratégico 2021-2025, que é o Rota 843. O nome vem dos objetivos que estabelecemos em 2020, que era alcançar um faturamento de 8 bilhões, uma margem de 4% e uma alavancagem de 3. Batemos o faturamento em 2022 e a nova projeção é 12 bilhões em 2025. Trago isso porque a inovação dentro da cooperativa está atrelada a esses números. Ela é uma ferramenta que vai nos ajudar a alcançar esses resultados.
Para finalizar, como você definiria a relação do cooperativismo com a inovação?
Cooperativismo é trabalhar em conjunto em prol de um mesmo resultado. Nós unimos forças para o desenvolvimento em comum. Se formos pensar na inovação aberta, por exemplo, ela também tem esse viés colaborativo muito forte. Acho que podemos dizer que ambos fortalecem o trabalho em conjunto e por meio disso, aumentam resultados e contribuem para o desenvolvimento da sociedade. Cooperar e inovar está no DNA da Integrada!
Por Fernanda Ricardi – Entrevista exclusiva para a Revista MundoCoop Edição 114