Os modelos de trabalho não são mais os mesmos, devido à presença cada vez maior dos Millennials ou da Geração Z, ou as pessoas nascidas entre 1995 e 2010 no mercado.
Em resumo, o cenário coorporativo está nas mãos de dois grupos, dos babyboomers, nascidos entre 1945 e 1964, que estão nos comandos. Em seguida vem os Millennials, como os seus sucessores.
Uma pesquisa feita pela First Insight comprovou que praticamente 1/3 dos Baby Boomers se preocupam com sustentabilidade na hora de consumir, ao passo que quase 60% dos Millenials consideram o ESG no mesmo momento.
Esse grupo está inserido no ecossistema digital e demonstra uma grande preocupação com a sustentabilidade, seja em seus consumos, como ativismos e influências. Eles representam os 50% dos contratados pelas empresas, o que significa uma boa fatia da economia e da força de trabalho.
Alexandre Cyriaco, gerente de Recursos Humanos da Coop explica que o grupo ajuda as cooperativas trazendo uma visão mais sustentável e de maior preocupação com o uso de recursos. “Para essa geração há uma questão muito própria que é, qual planeta nós deixaremos para as populações futuras?”, lembra Alexandre.
A agenda ESG
Outra preocupação da geração millenials é com a agenda ESG, isso foi o que apontou um estudo realizado pela consultoria Korn Ferry.
Após ouvir 4 mil profissionais, alcançando 25 setores diferentes, o levantamento concluiu que 60% dos entrevistados se sentem mais inspirados ao trabalhar ou consumir produtos e serviços de uma organização que tenha boas práticas nas frentes ambiental, social e governança.
Débora Ingrisano, gerente de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB conta que os Millennials estão desempenhando um papel fundamental no crescimento da agenda ESG por meio de seu consumo, investimento, ativismo e influência nas organizações.
“Suas atitudes e valores estão moldando a maneira como a sociedade como um todo abordam questões ambientais, sociais e de governança”, ressalta Débora.
Se as organizações, empresas e cooperativas pretendem atrair mais clientes e colaboradores é fundamental que prestem atenção a geração Z. A partir disso, as suas políticas ambientais, sociais e de governança serão avaliadas e consideradas.
Cyriaco relata que o papel das Cooperativas é de suma importância no que se refere ao consumo consciente, e em tornar as relações entre as empresas e seus clientes algo mais saudável, social e integrativo. “Aqui na Coop, entendemos que o cooperativismo transforma as relações com a comunidade, a educação, o planeta e as pessoas. Esses 4 pilares nos dão a dimensão e o norte para que possamos atuar e transformar a realidade de onde estamos inseridos”, exemplifica Adriano.
Uma empresa ou uma cooperativa bem administrada, responsável, preocupada com os stakeholders tem mais probabilidade de exibir um maior nível de resiliência e superar desafios do que outra que não o faz.
“As novas tecnologias e informações nos mostram a necessidade de conservação ambiental, governança e responsabilidade social na busca por uma sociedade mais justa e equânime. O mesmo ocorre na hora de investir em uma empresa ou cooperativa. A maneira de fazer isso, de modo geral, é colocar seu dinheiro em fundos que sejam éticos. Esses fundos podem incluir empresas e cooperativas que fazem algo de bom no mundo e/ou evitar aquelas que se engajam em atividades que podem ser prejudiciais às pessoas e ao planeta”, lembra Ingrisano.
Habilidades digitais
Além da agenda ESG, as preocupações com a sustentabilidade os Millennials dominam as habilidades digitais. O líder dessa geração prioriza essa capacidade e possuem uma visão para a inovação e as demandas atuais do mercado. Segundo Adriano Almeida, COO da Alura conta que além da tendência tecnológica, o novo rumo dos modelos de negócios conduzidos pelos profissionais dessa faixa etária envolve o desejo pela estabilidade.
Pesquisa da Adobe com estudantes universitários e recém-formados mostra que apenas 16% deles aceitariam um emprego em uma startup ou em uma empresa de pequeno porte, enquanto 52% querem chegar a empresas grandes e estabelecidas, porque creem que elas possuem maiores chances de resistir a crises.
“Quando os Millennials começaram a assumir cargos de gestão no lugar dos Baby Boomers, as formas de trabalhar também mudaram. Por isso, as novas ferramentas, que melhoram a comunicação entre pessoas e otimizam as suas rotinas, podem ajudar a alocar os colaboradores de acordo com suas preferências e competências”, diz Almeida.
As novas gerações já não se preocupam tanto com o “crescimento em escada” dentro das empresas, cooperativas. Esse fato aumenta as chances de vermos uma diversidade etária de colaboradores e líderes no futuro.
“Hoje, alguém que se especializa para migrar de área é um agente facilitador para uma companhia crescer. Ou seja, aqueles que aprimorarem os seus conhecimentos em novas tecnologias e tendências se tornam talentos indispensáveis, tornando a ‘ordem de chegada’ um fator secundário”, conclui Adriano.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop