Presentes em todo o país, as cooperativas realizam desde a sua origem um importante trabalho de desenvolvimento. Não apenas contribuem para a capacitação de pessoas e manutenção das comunidades, mas também possuem um papel vital na criação de ecossistemas de crescimento social e tecnológico.
No estado mais populoso do país, as cooperativas acompanham as características da própria população. Em São Paulo, elas estão presentes na capital, no interior e em centenas de municípios. Diante de tal realidade, o estado tem buscado formas de promover e desenvolver ainda mais o cooperativismo na região. E foi a partir deste objetivo, que nasceu o Programa Municipal de Apoio ao Cooperativismo, ou simplesmente, SP Coopera, voltado à capital paulista.
Fruto de uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, o programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho oferece apoio ao setor através de orientação técnica, incubação de empreendimentos e assistência educativa e socioemocional. Com tal estrutura, o projeto tem como finalidade promover a cultura cooperativista para a geração de renda, desenvolvendo cooperativas, cooperados e empreendimentos coletivos.
Segundo Aline Cardoso, Secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o programa tem como um de seus grandes focos o fortalecimento das cooperativas do estado através da consolidação da gestão dos negócios cooperativos. “Com o programa queremos estimular a autogestão das cooperativas, incentivando práticas que desenvolvam sua capacidade de evolução e autonomia. Para isso, prestaremos apoio técnico e orientação jurídica e financeira para as cooperativas da cidade, com parcerias e apoio de outros órgãos do ecossistema cooperativista”, nos conta.
Hoje, a cidade de São Paulo conta com 652 cooperativas, número que a coloca no topo entre os municípios brasileiros. Com crescimento ano após ano, o setor tem se tornado uma força no estado, demonstrando grande potencial econômico e social e sendo responsável por trazer novas oportunidades para comunidades vulneráveis.
Além de fortalecer cooperativas que já atuam há diversos anos, o SP Coopera tem ainda como objetivo fomentar a criação de novas cooperativas, atuando como uma incubadora para novos projetos em potencial. Segundo divulgado recentemente, a expectativa é que o processo de incubação conte com pelo menos 50 cooperativas já formalizadas ou em formação. “Este processo se dará, inicialmente, pelo diagnóstico das cooperativas selecionadas, seguindo pela formulação de planos de trabalho individuais levando em conta a etapa anterior. Em seguida, a equipe do SP Coopera irá auxiliar as cooperativas com a realização de seus respectivos planos de trabalho durante a implementação, por meio da formação contínua, até o final do cronograma estabelecido pelo plano de trabalho. Este processo será feito visando a autossuficiência das cooperativas, bem como sua inserção no mercado”, explica Aline.
Com tal posicionamento, a ideia do programa é formar um ecossistema rico para que as cooperativas cresçam e ganhem a capacidade de atuar plenamente ao longo dos anos. E através de diversas iniciativas de apoio, espera-se que a cidade ganhe um importante instrumento de fortalecimento do setor. “A capital conta atualmente com um ecossistema de fomento ao cooperativismo, que está sendo fortalecido pelo SP Coopera por meio de oficinas de sensibilização, mapeamento das cooperativas e atores estratégicos, por exemplo. O mapeamento também abrange cidadãos interessados na temática, o que amplia ainda mais este ecossistema de fomento. Além disso, os processos de incubação que estão previstos para acontecer, visam o acesso das cooperativas ao mercado, os inserindo de forma mais enraizada neste ecossistema”, frisa.
Além disso, programas como esse desempenham um papel indispensável na sociedade, disseminando o modelo cooperativo de negócio e mostrando-o como a ideal alternativa de negócio. Com orientação e participação de diversos players, o programa ainda ajuda a “atualizar” o movimento, alinhando suas práticas com o mercado atual, e estimulando novas formas de negócio a partir do cooperativismo.
Atualmente em fase de mapeamento das cooperativas existentes nas cinco regiões da capital paulista, o SP Coopera busca ainda fomentar negócios cooperativos que materializem as vontades e objetivos da população da capital, funcionando como instrumentos de desenvolvimento social. Para Aline, ao levar em consideração tais pontos, o estado tem a capacidade de criar um cooperativismo altamente identitário, sendo exemplo para outros estados. “A cidade de São Paulo possui o 3º maior PIB do país e isso reflete nas cooperativas existentes da cidade. Estas cooperativas se destacam de modo a serem modelo para outras regiões do país devido à grande capacidade de organização em conjunto com a teia de relações comerciais possíveis para as cooperativas”, comenta.
Diante de resultados que se confirmam em estudos e levantamentos como o AnuárioCoop, organizado pelo Sistema OCB, a capital apresenta um cooperativismo forte e com potencial de crescimento ainda maior. Através do programa, é esperado que a contribuição do setor com a economia da cidade seja ainda mais presente, com as cooperativas desempenhando uma função essencial para a sustentabilidade de todo o sistema. “O SP Coopera vê nas cooperativas uma alternativa extremamente viável para a geração de trabalho e renda, principalmente para a população mais vulnerável, os propiciando uma melhor condição de vida. Acontece desta maneira devido a cultura cooperativista e um método de organização operacional diferente de uma empresa com finalidade lucrativa, tendo em vista a grande dificuldade de inserção destas pessoas no mercado de trabalho, resultado dos diversos estigmas que são imputados a eles. Neste sentido, as cooperativas são vitais pois possibilitam a reinserção desta população nos postos de trabalho e, consequentemente, o bem-estar social”, completa.
O mapeamento das cooperativas está sendo feito em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP, que também apoia o desenvolvimento das Oficinas e o processo de incubação. Além do SP Coopera, a cidade de São Paulo ainda desenvolve diversos programas que se entrelaçam com o setor, como o Mãos e Mentes Paulistanas voltado ao fomento do artesanato na cidade de São Paulo Fashion Sampa voltado a moda, Sampa + Rural voltado a agricultura familiar Observatório da Gastronomia e Ade Sampa. Para Aline, ao intercalar diversas ações e atividades conectadas com os princípios e valores do movimento, a cidade de São Paulo tem grande capacidade de gerar renda, desenvolvimento humano e prosperidade através das cooperativas do Estado. “Oferecemos diversos cursos de capacitação e serviços de orientações voltados a geração de trabalho e renda e acreditamos que o mercado de trabalho paulistano tem um grande potencial para o ecossistema cooperativista”, finaliza.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop