Durante os dois dias de imersão da INTech – Semana de tecnologia Integrada, que aconteceu nos dias 27 e 28 de setembro, 370 participantes acompanharam temas atuais e relevantes para colocar o agro na vanguarda da transformação digital.
O encontro que aconteceu pela primeira vez de forma presencial no hub SRB Valley, em Londrina, Paraná, foi palco para grandes lançamentos e discussões que impulsionarão as principais transformações da atualidade. Conexão campo e escritório de olho no futuro!
Iniciando as apresentações do segundo dia, o Gerente de TI da Integrada, Emerson Zanoti, destacou a consolidação do evento em Londrina e nos portfólios de inovação do Paraná. O evento é um marco da criação e expansão do ecossistema de inovação do agro da região, através da parceria de empresas e cooperativas. “A INtech é focada na inovação e no aperfeiçoamento de processos de tecnologia da informação e comunicação. O evento contou com alto conteúdo sobre tecnologia e sustentabilidade nas operações e palestrantes e convidados reconhecidos”, pontuou.
Além disso, Zanoti deu destaque para a intercooperação da Supercampo, marketplace 100% cooperativista, como um exemplo da atuação das cooperativas e a importância de levar aos cooperados a transformação digital, focando na nova geração e levando até eles uma linguagem acessível e chamativa.
Ficou mais que evidente para todos os convidados que Londrina está na rota de inovação. E trazendo o assunto em pauta, o head de inovação da Ligga, José Ricardo Garcia, abordou o 5G e a importância da conectividade com a palestra “Potencial do 5G e suas aplicações para o AGRO”.
As aplicações do 5G são inúmeras e quando inseridas ao universo agro, o grande desafio é levar uma cobertura a grandes propriedades. Nesse contexto, as cooperativas podem ser um grande agente de viabilização.
A tecnologia 5G oferece soluções para problemas específicos do agro, como eficiência no grande número de conexões simultâneas, como tratores, drones, colheitadeiras, pulverizadoras e outros equipamentos embarcados com automação. Velocidade maior de conexão, baixa latência na transmissão de dados e melhoria do consumo de energia, seguindo a agenda ESG de eficiência energética. “Para que esta realidade exista, é indispensável levar conexão ao campo, alcançando grande áreas de produção e assim destravar o potencial que o 5G tem no Brasil”, reforçou Garcia.
DIFERENCIAL DE ATUAÇAO
Puxando a discussão para a “Visão estratégica no atendimento ao cliente”, o Business Development Director do Gartner, Bruno Martins,destacou que estar atento a experiência do cliente é também garantir a longevidade dos negócios, não só para fidelizar o consumidor, mas também atrair os novos. Esse ponto passa também, principalmente, no sentido de atrair a nova geração, que estão transformando o mercado atual e futuro.
Montar uma estratégia com foco no cliente passa por vários fatores a serem analisados, mas o ponto principal é ter a consciência de onde está no momento e onde quer chegar a curto, médio ou a longo prazo. “É preciso olhar para o cliente e também para o colaborador para que o processo seja uma sinergia e realmente tenha impacto quando colocado em prática”, acentua.
COOEPERATIVISMO PARANAENSE
Entre os destaques do segundo dia da INTech está a presença do presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, para abordar o compromisso com a inovação no cooperativismo. “Mantemos um Programa de inovação para o cooperativismo paranaense que já formou centenas de agentes transformadores dentro das cooperativas. A inovação é tema prioritário do Plano Paraná Cooperativo 200 (PR 200), o planejamento estratégico que está em andamento”, disse Ricken.
Na ocasião, o PR 200 – Plano Paraná Cooperativo foi apresentado, traçando algumas metas e objetivos do setor. Um deles é visar a movimentação de 200 bilhões em um ano, iniciativa única dessa magnitude no Paraná, gerando 10 bilhões de sobras liquidas, chegando a 4 milhões de cooperados e investindo 5 bilhões.
No ramo agropecuário, entre os temas mais importantes e estratégicos apontados pelos executivos está o financiamento e capitalização, intercooperação, mercado internacional, mercado digital, sustentabilidade e ESG.
“A inovação é o foco do desenvolvimento do cooperativismo paranaense” – José Roberto Ricken, presidente da Ocepar
Outro ponto alto do encontro foi a discussão a respeito da cooperativa Central de Tecnologia da Informação – UniTI. Um dos projetos que foi implementado em 2021, com a participação de 21 cooperativas sócias, reunindo 162 mil cooperados, 90 mil colaboradores, com uma receita de R$ 120 bilhões.
A principal finalidade da iniciativa é a intercooperação inovadora, para investimentos em infraestrutura e sistemas digitais. “A UniTI chegou como uma aliança estratégica para solucionar demandas de um setor que exige constante investimento. A Tecnologia da Informação avança numa velocidade que as cooperativas precisam e devem acompanhar. E a intercooperação é o caminho”, explicou o diretor executivo da UniTI, Alfredo Kugeratski.
CAMINHANDO PARA O FUTURO
Dando continuidade as palestras, Kleber Canuto, Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Inteligência Digital no Senai PR, trouxe o tema “Estimulando o uso de Data Science nas empresas”.
Na conversa, Canuto apontou que 7 das 10 maiores empresas do mundo são de tecnologia e que muitos já dizem que a realidade atual é a última geração de líderes que não entendem de tecnologias e dados. Nesse contexto, ele destaca que é preciso que se crie uma cultura que aceite e confie na inserção da tecnologia nas estratégias das organizações. “Difundir tecnologia envolve evangelização e difundir conceitos. O movimento de troca de dados e de compartilhamentos coletivos é uma tendência no mundo”, comenta.
Durante a última tarde da INtech, o bate-papo sobre as cadeias produtivas pela perspectiva do ESG trouxe cases da Bayer e da Cooxupé, Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (MG).
Mediado pela Roseli Nogueira, da TOTVS Consulting, Carolina Graça, head de sustentabilidade da Bayer LATAM e Alexandre Monteiro, gerente de ESG Da Cooxupé falaram sobre os projetos implementados que geraram valor, reduziram riscos e aumentaram oportunidade de investimentos.
“A Bayer tem parceria com mais de 1.800 produtores rurais, 70 empresas de extensão e pesquisa, 10 parceiros de tecnologia para colocar em prática a política de crédito de carbono. Não é uma tarefa simples armazenar carbono em solo tropical, por isso a necessidade de um estudo profundo e direcionado para evitar riscos ambientais”, contou Carolina Graça.
Alexandre Monteiro, da Cooxupé, explicou que a reestruturação energética para redução de custos, desenvolvida nas unidades da cooperativa, teve reflexo direto na agenda ESG. “Substituímos o uso de energia vinda de materiais fósseis e poluentes, pelo uso de energia limpa para reduzir despesas. O resultado refletiu na redução na emissão de CO2, acompanhando a política ambiental da cooperativa”, explicou Monteiro.
Para Roseli Nogueira, da TOTVS, o ESG é uma agenda financeira. “Quando realizamos uma consultoria para gestão de risco, incluindo o climático, falamos sobre ganhos ou perdas de receita. Muitas instituições financeiras já oferecem créditos com taxas menores a partir da apresentação de uma agenda ESG relevante”, explicou.
O encerramento da INtech 2022 contou com um happy hour oferecido pelos parceiros TOTVS e Oracle.
“A INtech não seria possível sem os esforços de todos da Integrada, ecossistema das empresas de Londrina e região, Sociedade Rural do Paraná, Cocriagro, cooperativas parceiras e as empresas de tecnologia que acreditaram no potencial do evento. Agradeço a todos pelo excelente resultado e estamos prontos para o próximo”, disse o gerente de TI da Integrada, Emerson Zanoti.
Por Fernanda Ricardi – Redação MundoCoop – Mídia Partner da INTech 2022
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