A última segunda-feira (13) marcou uma grande conquista para o cooperativismo financeiro brasileiro, o encerramento de mais uma edição do Recip – Reconhecimento Inovação com Propósito no Cooperativismo Financeiro – 2º Ciclo. Pela primeira vez, a cerimônia aconteceu em formato híbrido, com participação presencial de grandes representantes do Cooperativismo Financeiro e do Banco Central na sede do BC em Brasília.
O Recip é uma iniciativa do Instituto Fenasbac, apoiada pelo Banco Central do Brasil e pela UNFCU – ONU, que mensura a entrega de resultados não-financeiros das cooperativas de crédito, reconhece as melhores práticas e aponta referenciais, fomentando o desenvolvimento sustentável do setor e comunicando seu valor à sociedade. E a MundoCoop, Mídia Parceira da iniciativa, esteve presente nesta celebração para acompanhar os maiores destaques.
A abertura oficial do evento contou com a presença de Paulo Aragão, Presidente do Conselho Gestor da Fenasbac, Fabíola Nader, Gerente Geral da OCB, e Ailton Aquino, Diretor de Fiscalização do Banco Central. Na ocasião, Aragão destacou que a iniciativa do Recip é a primeira a analisar o propósito cooperativista na prática com cooperativas das 5 regiões do país, contemplando toda a magnitude do movimento.
Em seguida, Fabíola anunciou mais uma novidade importante para o cooperativismo nacional, um espaço inédito focado no movimento cooperativista dentro do pavilhão brasileiro na COP28 com o intuito de levar cases de cooperativas de crédito e agro e espalhar esse conhecimento internacionalmente.
Ainda, Aquino ressaltou que os esforços do BC para a regulação e supervisão das cooperativas de crédito se devem ao fato da entidade reconhecer o impacto dessas organizações para o desenvolvimento do país e, encerrando, deixou como reflexão a importância de sempre questionar “o que diferencia o cooperativismo?” para continuar aprimorando essa atuação de sucesso.
PROPÓSITO NA PRÁTICA
Iniciando a rodada de painéis, o tema “A importância do propósito (resultados não financeiros) para inovação e sustentabilidade do cooperativismo financeiro nacional” foi debatido por Ivo Jose Bracht (Ailos), Otelo Castellani (Credisis), Celso Figueira (Sicredi), Claudio Halley (Sicoob), Alexsandro Filippetto (Unicred), Evandro Gasparetto (Uniprime) e mediação de Harold Espínola (BC).
Harold abriu a mesa reforçando que não há nada mais atual do que ter propósito e, nesse quesito, o cooperativismo sai na frente. Seguindo essa linha de raciocínio, Ivo Jose trouxe o pilar inovação para a conversa, também frisando o alinhamento de teoria com a prática. “Hoje, precisamos ser totalmente inovadores para manter vivo o princípio, praticar, medir e provar sua existência para que as cooperativas sejam efetivamente cooperativistas”.
Claudio Halley, aproveitou a ocasião oportuna para destacar dados significativos divulgados pelo Banco Central que definem uma cooperativista de sucesso como: “uma cooperativa de porte grande; que esteja em sistemas de 2 graus, plena e que trabalhe com um conjunto ampliado de produtos e serviços; e seja uma cooperativa de livra admissão”.
Dentro outros assuntos mencionados no painel, a cocriação da inovação e a intercooperação conquistaram o foco como grandes e indispensáveis nortes para o cooperativismo daqui para frente.
“Muitas vezes queremos nos aproximar do que os grandes brancos estão fazendo, mas não podemos esquecer que o cooperativismo tem feito muito mais do que o lucro pelo lucro”- Celso Figueira (Sicredi)
O segundo painel foi sobre a importância do propósito com a participação de Julia Ambrosano (CBI), Telma Galletti (Confebras), Adriano Ricci (FGCoop), Lisandro Vieira (WTM Internacional), Martha de Sá (VERT Capital) e mediação de Douglas Ferreira, Diretor da MundoCoop.
Para compor essa conversa, Douglas Ferreria direcionou para todos os participantes a seguinte pergunta: “Por que e como apoiar o segmento e iniciativas como o Recip, que evidenciam resultados não financeiro e comunicam o propósito do cooperativismo?”.
Telma Galleti abordou em sua resposta que a importância está em entender o ESG em todos os seus aspectos, trazendo um retorno grandioso para todo o ecossistema cooperativista. “Recentemente, saiu um estudo da Universidade Mackenzie falando que os jovens querem se conectar com as instituições que tem proposito e se nós somos um movimento com milhões de pessoas e queremos fazer a diferença, temos que apoiar esse tipo de iniciativa”, complementa.
Já Adriano Ricci evidenciou o impacto de cooperativas que abraçam e participam de iniciativas como essa, independente do sistema. “Quando participamos, incentivamos esse processo de busca de cooperativas mais eficientes para cumprir seu papel”. Lisando Vieira, por sua vez, destacou a possibilidade de enxergar efetivamente a inovação no cooperativismo. “A gente vê proposito não só nas palavras, mas na prática, com uma proximidade que não é só física!”
O encerramento do encontro contou com as falas representativas de Lucila Simão, CEO do Instituto Fenasbac, Carolina Castro, Coordenadora Geral do RECIP, e Paulo Hargreaves, Comitê Técnico do Recip. Além de uma homenagem a Harold Espínola por sua contribuição e apoio em todo o processo. Neste momento, Lucila aproveitar para anunciar que o Recip terá continuidade e trará novidades em seu próximo ciclo.
DESTAQUES E RECONHECIMENTO
Um dos pontos altos do evento foi a cerimônia de destaque das cooperativas inscritas no 2º Ciclo do Recip. Após a participação e avaliação do programa, as cooperativas foram conhecidas de acordo com às melhores práticas de gestão em inovação com propósito no cooperativismo financeiro, recebendo a placa de reconhecimento e o selo do Recip, válido por 12 meses. Ao total, 26 cooperativas foram elegíveis ao prêmio.
Neste ciclo, o Recip trouxe novidades, dentre elas, duas novas dimensões de inovação: ESG e Finanças Verdes, passando a avaliar também iniciativas de aspecto social, ambiental e de governança, e de alocação de recursos para projetos de desenvolvimento sustentável. Outra ação inédita foi a entrega de relatórios personalizados a cada uma das singulares participantes, ajudando-as a identificar oportunidades de melhoria em gestão com propósito.
Confira abaixo alista das premiadas e suas categorias:
DIMENSÃO INOVAÇÃO COLABORATIVA
Avalia a capacidade de cooperação das cooperativas financeiras com outras organizações e a intercooperação
- Sicredi Centro Sul MS
- Sicredi Ouro Verde MT
- Viacredi Alto Vale
DIMENSÃO INOVAÇÃO PARTICIPATIVA
Focada em reconhecer a gestão democrática, informação e formação de opinião e a proximidade com o cooperados
- Sicredi Cerrado GO
- Sicredi Sudoeste MT/PA
- Viacredi Alto Vale
DIMENSÃO DE DESENVOLVIMENTO DE CAPACIDADES
Destaca iniciativas com foco no corpo técnico e na capacitação para aumento dos negócios
- Evolua (Ailos)
- Sicoob Sarom
- Unicred Uniao
DIMENSÃO INOVAÇÃO ESG
As melhores práticas sociais, ambientais e de governança
- Sicredi Cerrado GO
- Sicredi Sudoeste MT/PA
- Viacredi Alto Vale
DIMENSÃO INOVAÇÃO EM FINANÇAS VERDES
Criação nas condições de acesso aos mecanismos financeiros voltados a sustentabilidade
- Sicredi Cerrado GO
- Sicredi Ouro Verde MT
- Sicredi Sudoeste MT/PA
CATEGORIA INOVAÇÃO COM PROPÓSITO GLOBAL
Engloba todas as dimensões e reconhece cooperativas que atuam com excelência em todas as frente alinhadas as ODS, a agenda BC e princípio cooperativista
- Sicoob Coopemata
- Sicredi Conexão
- Viacredi
Por Redação MundoCoop