Há cerca de 3 milhões de anos, os nossos antepassados, homens e mulheres das cavernas que vagavam pelo mundo, teriam sorte de viver até quase sua adolescência sem meios certos de subsistência ou de como lidar com o ambiente perigosamente desconhecido que era a Terra naquela época.
À medida que os seres humanos começaram a evoluir, estabelecendo assentamento e desenvolvendo a agricultura, civilizações e tecnologias mais sofisticadas foram florescendo, fazendo com que a expectativa de vida humana progredisse.
Mas isso, no entanto, nunca aconteceu de maneira gradual, ano após ano, ou em linha reta. Muito pelo contrário, a história da longevidade humana aconteceu aos trancos e barrancos, se tornando mais concreta só quando a medicina moderna surgiu.
Para se ter uma noção de sua inconstância, há 30 mil anos, na Roma Antiga, a expectativa humana atingia 30 anos, e esperava que isso continuasse, mas despencou. Há 15 mil anos, as pessoas estavam vivendo até os 25 e 30 anos. Já no século XIX, houve um aumento vertiginoso na quantidade de mortes infantis, uma criança não conseguia chegar aos 5 anos, mas quando conseguia, tinha muito mais chance de atingir os 45 e 50 anos.
Atualmente, a expectativa de vida global ao nascer é de 72 anos, no mínimo, podendo alcançar ou ultrapassar os 85 anos, como acontece no Japão, onde as pessoas desfrutam de uma melhor qualidade de vida.
Contudo, apesar de pessoas vivendo até os 115 estarem se tornando cada vez mais comuns, os especialistas alegam que os seres humanos ainda não atingiram sua longevidade máxima.
Um feito raro
Em 4 de agosto de 1997, morreu em Arles, na França, a francesa Jeanne Calment, após viver 122 anos e 164 dias, presenciando a morte de sua filha e até de seu neto. Ela se tornou a mulher mais velha do mundo, porém, sua marca ainda pode ser ultrapassada.
Segundo o estudo Human Mortality At Extreme Age, publicado em setembro de 2021 na revista Royal Society Open Science, “viver mais um ano é como jogar uma moeda para o alto sem saber que lado cairá e a qual momento”, como definiu Anthony Davison, líder da pesquisa e professor de estatística do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne.
Com base em dados correspondentes a conjuntos de dados de pessoas supercentenárias, parece provável que os seres humanos possam viver até pelo menos 130 anos, mas extrapolar as descobertas implicaria não existir limite para a expectativa de vida humana.
“Qualquer estudo de extrema velhice, seja estatístico ou biológico, envolverá extrapolação”, disse Davison, alegando que essa é uma abordagem lógica, dessa forma, mostrando que existe um limite abaixo de 130 anos.
Contudo, só porque os humanos podem, teoricamente, chegar aos 130 anos ou mais, não significa que veremos acontecer em breve, exatamente porque a longevidade humana nunca funcionou em uma linha reta, apesar de estar associada a significativos avanços médicos e sociais.
Afinal, chegar aos 100 anos ainda é um feito relativamente raro, tanto que existe uma chance em um milhão que a pessoa alcance os 110 anos. Ou seja, não é impossível, mas pouco provável.
Outro lado da moeda
Os pesquisadores da University of South Florida e da University of Georgia, reconheceram que a vida humana pode, eventualmente, atingir um teto de idade, mas ainda não está claro qual seria. Uma de suas análises, feita com os nascidos entre 1900 e 1950, mostrou que essas pessoas estão experimentando um adiantamento da mortalidade sem precedentes, mas ainda não quebraram os recordes de longevidade.
Com isso, à medida que esses grupos atingem idades avançadas nas próximas décadas, os recordes de longevidade podem aumentar significativamente. Os pesquisadores concordam com isso e afirmam que, se há um limite máximo para a expectativa de vida humana, ainda não estamos nos aproximando dele.
Por outro lado, uma pesquisa feita em 2021 com base no aspecto biomédico, propôs que o corpo humano tem uma expectativa de vida máxima de 150 anos.
Fonte: Portal Mega Curioso