A pandemia mudou muita coisa. Hábitos de higiene, formas de nos relacionar, andar nas ruas, nos transportes coletivos e também nos modos de trabalhos.
Atualmente as empresas se dividem entre adotar os modos de trabalho home-office ou híbrido, e existe uma discussão sobre qual deles é o melhor. Algumas pessoas preferem trabalhar em casa, outras gostam de estar em casa e em alguns dias na empresa.
Segundo Pedro Signorelli, especialista em gestão, com ênfase em OKR, uma pesquisa realizada pelo Vagas.com indicou que 4 em cada 10 brasileiros elegeram o sistema que mescla atividades presenciais e remotas como o mais indicado para trabalhar. “Os números ainda indicam que três em cada quatro trabalhadores dizem que o trabalho híbrido é inegociável para eles. Desde o momento que a pandemia da Covid-19 forçou as empresas a escolherem um novo modelo e acelerar a instauração do home-office, a aceitação e a percepção do trabalhador da melhor forma para desempenhar as funções corporativas mudaram”, lembra Pedro.
Por sua vez, uma pesquisa do IDC Brasil, feita para o Workspace Google, constatou que a maioria dos colaboradores aponta melhora na produtividade com o trabalho híbrido. Das 900 pessoas entrevistadas, 44% trabalham no sistema híbrido, 29% no presencial e 27% de forma remota. Para 67% deles, o trabalho em home office é melhor pois não gastam tempo em deslocamento, 46% gostam do modelo por terem a oportunidade de passar mais tempo com as pessoas com quem moram e 31% pela flexibilidade de horários para realizar as atividades.
As variações não param em home-office e híbrido. A pensadora Julia Hobsbawm lançou o “nowhere office”, que se resume em “um pouco de escritório em alguns momentos”. Segundo ela, esse modelo não tem o intuito de abolir espaços corporativos, mas consiste no fim da ideia de um modelo único para todos.
“O principal fator é identificar os objetivos comuns da empresa e passá-los para os colaboradores, onde quer que estejam. Sabendo qual é a sua função e a importância dela para atingir o resultado, ele irá desempenhá-la da melhor forma possível, independentemente do local, seja em casa, no escritório, na praia, ou de onde quer que ele prefira”, diz Signorelli.
Cada um no seu modo
O “nowhere office” traz um novo desafio para as empresas: o de avaliar quando colaborador precisa ir de fato para o escritório. Esse parece ser o maior desafio para o mundo corporativo dos próximos anos. “Quando pensamos em tipos de trabalho em que a possibilidade automação de processos é mais presente, a presença humana é quase que dispensável, ou quando uma pessoa pode realizar todas as suas funções pela internet; ir ao escritório uma ou duas vezes no mês, para rever os amigos, torna-se interessante a adoção do nowhere office. No entanto, é impensável imaginar quando se trata de um operador de máquinas, por exemplo. Pelo menos, no estágio de robotização da indústria de maneira geral”, explica Signorelli.
Por Priscila de Paula