A governança corporativa se baseia em quatro princípios que, na prática, facilitam as tomadas de decisões e fortalecem uma imagem mais positiva e eficiente da empresa, tanto interna quanto externamente. Esses pilares são equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Quando falamos em equidade, falamos também sobre a participação igual de homens e mulheres em cargos de liderança, o que já é realidade nas cooperativas filiadas ao Sicoob no Pará há algum tempo. Se analisarmos apenas os cooperados pessoa física entre as cooperativas que integram o sistema Sicoob Unicoob, temos um total de 76%. Desse valor, as mulheres representam 34% da base.
Quando olhamos para o âmbito de lideranças, 15% ocupam cargos nos Conselho de Administração, 13% nos Conselhos Fiscais, 12% estão em Diretorias Executivas, 16% representam os cooperados de suas seccionais como delegadas e 16% atuam nos COEs (Conselhos de Orientação Estratégica).
No Sicoob Cooesa, por exemplo, o cargo de presidente do Conselho de Administração, de diretora Superintendente e de diretora Administrativo e Financeiro são ocupados por mulheres. A presidente, Márcia Rejane Moutinho Ramos, já está no cargo há quase três anos. Ela, que também é conselheira no Sicoob Central Unicoob e no Sescoop/PA, diz que tais posições representam um desafio constante. Segundo ela, o sistema financeiro é visto como um ambiente predominantemente masculino, mas o cenário está evoluindo e não só regionalmente, mas também nacionalmente, principalmente no cooperativismo.
“Ao desempenhar essas funções me sinto confiante. Todos os processos, quando feitos com um propósito, tendem a perder peso e trazer leveza. Como maior dificuldade, destaco ser perfeccionista e sempre me propor a fazer o melhor. Ao longo da minha caminhada no cooperativismo, sempre soube me posicionar, ter escuta e estar em constante aprendizado”, conta.
A questão da predominância masculina em cargos de gestão também é destacada pela diretora-presidente no Sicoob Coimppa, Elisara Araujo Barbosa Santa Brigida. Ela, junto com conselheiras de administração e fiscal, tem se dedicado a impulsionar a agenda ESG na cooperativa.
Segundo ela, liderar é também uma forma de encorajar outras mulheres a chegar aonde desejam, mesmo diante da escassez de oportunidades. “É motivador atuar em uma posição de liderança no cenário em que a figura é predominantemente masculina, pois reforça o valor e a competência feminina no universo corporativo”, explica.
Já no Sicoob Unidas, a diretora Administrativa e Financeira, Rowana Niara Menezes da Silva, explica que, atualmente, as mulheres representam 60,56% do quadro de colaboradores e estão presentes em todas as áreas de atuação e nos mais diversos cargos da cooperativa.
“Isso não é coincidência. Representatividade não está apenas entre as mulheres. O Sicoob entende que faz parte do DNA do cooperativismo a participação inclusiva de verdade de todos, sem distinção. Por isso, impulsiona e valoriza a participação das mulheres no cooperativismo. Ser mulher é lutar incansavelmente por uma vida e ambiente de trabalho mais igualitários e respeitosos e com melhores condições de trabalho”, afirma.
É nesse contexto, com tantas personagens reforçando a importância e o protagonismo da liderança feminina, que surge o Comitê Mulher dentro do Sistema Unicoob. Entre os objetivos do comitê, estão fortalecer o trabalho das cooperadas em rede; contribuir com o desenvolvimento e capacitação das participantes; atuar em prol das necessidades de outras mulheres e da comunidade em geral; trazer a equidade de gênero em todas as esferas da cooperativa, incluindo posições de liderança e fomentar o empoderamento das mulheres por meio do princípio da educação, formação e informação.
Fonte: G1/Imprensa Sicoob