Nos dias 17 e 18 de outubro, aconteceu o World Coop Management (WCM), em Belo Horizonte (MG). A 8ª edição do evento chegou com grandes atrações e encontros inéditos, como o espaço CooperaRH, organizado pela Coonecta e palco de painéis, apresentação de estudos de caso e mais de 15 líderes de recursos humanos de grandes cooperativas compartilhando experiências.
O evento simultâneo ao WCM teve como objetivo ressaltar a linha tênue entre o desafio de expandir os negócios e o risco de se perder a essência da cultura cooperativista na organização. Afinal, a expansão implica no aumento do número de colaboradores, associados e clientes, e na necessidade de promover a transformação digital, inovar e profissionalizar a gestão.
Abrindo as apresentações, o CEO da Jorgete Lemos Pesquisas e Serviços, Jorgete Leite Lemos, abordou como a promoção e gestão da diversidade são vistas nas organizações. A palestrante falou sobre a necessidade de a inclusão ser realmente praticada. Quando a diversidade é destaque, as cooperativas conseguem contemplar o retorno de suas ações e criam um legado para si mesmas.
Partindo para os cases cooperativistas, o gerente executivo do Centro de Serviços Compartilhados na Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, Odivany Sales, apresentou o programa Identidade CSC, que busca promover a integração entre os setores e serviços, envolvendo 6 grandes áreas da cooperativa, entre elas: facilities, governança e processos, engenharia, central de compras, tecnologia da informação e manutenção para avançar no planejamento estratégico da área. Para que pudessem atingir uma identidade única do departamento, a Castrolanda elaborou diversas iniciativas com os colaboradores.
Trazendo o RH como importante ferramenta para apoiar a inovação e transformação digital nas cooperativas, um dos principais painéis do evento, contou com as participações de Júnia Rodrigues, superintendente de Pessoas da Unimed BH, Alexandre Cyriaco, gerente executivo de Recursos Humanos da Coop – Cooperativa de Consumo, e Cristine Wedig de Col, gerente de Gestão de Pessoas da Sicredi Pioneira RS.
O painel apresentou as iniciativas de desenvolvimento de pessoas e de lideranças, como as cooperativas estavam utilizando a tecnologia a favor dos associados e o processo de transformação digital e cultural pelo qual elas estão passando. Além disso, os participantes falaram sobre as formas de levar a cultura de inovação aos colaboradores, por meio do uso de metodologias ágeis, processos e seleção diferentes como scape game, por exemplo, e como trabalhar o medo da incerteza e da cultura do erro nas organizações. Para eles, o líder é uma peça chave nesse processo de transformação de mindset.
ESTRATÉGIAS E POSICIONAMENTO
Logo após, o painel mediado por Tatiana Tigges, gerente executiva de Gestão de Pessoas da Frísia Cooperativa Agroindustrial, reuniu Fanny Diefenthaeler, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, que atuou por quase 15 anos na Unicred Valor Capital; Patrícia Aparecida Mariano Rosetti, coordenadora de Desenvolvimento na Cooxupé; e Priscila Melo, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, que foi coordenadora de Recursos Humanos na Uniodonto Campinas. Juntas, elas discutiram estratégias que fortalecem a cultura de marca empregadora nas cooperativas.
Na ocasião, as participantes responderam questões relacionadas às estratégias para consolidar essa cultura e como iniciar a jornada, entre elas reforço da cultura organizacional, campanhas de comunicação, atração e retenção de talentos e capacitação de líderes para disseminar a cultura da organização para os colaboradores.
Para falar sobre estratégias de diferentes organizações, o gerente de Recompensas e Estrutura Organizacional da Sicredi Confederação, Maurício Folli Conceição, e a gerente de Recursos Humanos da Seguros Unimed, Eliane Spolaor, mostraram como a política de remuneração está estruturada nas cooperativas.
Maurício Conceição elencou como o modelo de remuneração se desdobra e a importância de um modelo sistêmico e à serviço da estratégia do negócio e pessoas, exemplificando os ciclos de revisão do sistema de remuneração da cooperativa. Já Eliane apresentou um contexto do que é a Seguros Unimed e como estão posicionados quanto à remuneração e aos benefícios.
OLHAR PARA AS TENDÊNCIAS
Abrindo o segundo dia de evento, o fundador da Repensando Negócios, Alexandre Carrasco, apresentou às cooperativas as possibilidades e vantagens de implementar a cultura organizacional e os passos necessários para colocá-la em prática. Carrasco também afirmou que o RH não é o “guardião” da cultura organizacional. Esta precisa ser apoiada pela liderança, já que a cooperativa precisa ter sucesso na jornada de construção da cultura de forma integral.
O potencial de People Analytics para ampliação da capacidade de gestão do profissional de RH foi o tópico da próxima conversa. Apresentada por Alexandre Ricardo Peres, professor e especialista em Recursos Humanos, a palestra abordou por que a gestão de dados é importante e em quais cenários dentro do RH ela pode ser aplicada. Com dicas e ações práticas para começar essa jornada, Peres mostrou aos profissionais como coletar dados e o que eles significam.
Voltando para o cases práticos, Davan Rocha, consultor de Transformação da Sicredi Confederação, e Camila Luconi Viana, especialista em Transformação Organizacional da Sicredi Confederação, apresentaram como se organizaram para movimentar e evoluir o modelo de gestão do CAS, o Centro Administrativo do Sicredi, com uma estratégia sistêmica aliada à transformação digital.
Camila e Davan mostraram aos participantes quais foram as abordagens utilizadas para a mudança, as complexidades para evoluir o modelo de gestão e os aprendizados durante o processo. Para eles, a transformação digital é uma jornada longa e complexa e que exige um motor de orquestração central para evolução harmônica.
Benchmarking de educação e treinamento também estiveram entre as discussões sobre estratégias e melhores práticas para o desenvolvimento de pessoas. Na ocasião, Andréa Maia, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Coop – Cooperativa de Consumo, e Mauro Lucio Oliveira da Silva, Gerente de Informações Estratégicas na Central Nacional Unimed, apresentaram os casos das cooperativas que representam.
Andréa falou sobre a universidade corporativa da Coop, como é estruturada a arquitetura de aprendizagem do programa e quais foram os desafios e aprendizados que permitiram associar a estratégia da cooperativa a um método de aprendizagem contínua. Enquanto isso, Mauro apresentou os pilares que compõem a educação corporativa na Central Nacional Unimed e focou no programa de Mulheres Gestoras, que surgiu com o objetivo de contribuir com a carreira das mulheres na cooperativa, com uma metodologia que envolve artes, cultura e inovação com práticas que permitem aprender, desaprender e compartilhar conhecimentos e desafios. Quando o programa nasceu, em 2018, apenas 19 mulheres eram líderes na cooperativa. Atualmente, há um total de 209 líderes na cooperativa, sendo 85 homens e 124 mulheres.
Para finalizar o segundo e último dia do CooperaRH, Cristina Fraga, business partner em Gestão de Pessoas na Sicredi Confederação, e Daniela Migliorini Cervo, assessora de Gestão de Pessoas na Sicredi Pioneira RS, formaram o painel “A atuação de HRBPS como agentes de transformação nas cooperativas”, mediado por Joice Policarpo, consultora de Gestão de Pessoas na Central Ailos – Cooperativa Central de Crédito.
Entre os assuntos discutidos, destacam-se a atuação das HRBPS nas cooperativas, qual é seu papel estratégico na organização e o diferencial de outras posições do RH. Falaram também da jornada para implementar a função em cada uma das cooperativas que representam e os desafios na prática, especificamente sobre gestão de desempenho e estruturação de metas junto aos gestores.
+ WCM
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Por Redação MundoCoop / Informações Coonecta
A MundoCoop é Mídia Oficial do WCM 22