Lançada em julho na Cocamar, a Jornada ESG (Ambiental, Social, Governança, na tradução para o português), entra agora na fase de engajamento dos públicos envolvidos, entre os quais colaboradores, cooperados, clientes e fornecedores.
De acordo com especialistas, esses três pilares devem ser incorporados na rotina e nos negócios das organizações. O equilíbrio entre eles é que garante que uma empresa esteja realmente alinhada à sustentabilidade e comprometida com o futuro de toda a sociedade.
Por isso, a gestão de ESG tem ganhado cada vez mais relevância em um mercado altamente seletivo, tendo aumentado as expectativas da sociedade sobre as ações das empresas e o comprometimento delas em relação a essa agenda.
Conforme explica a analista de Sustentabilidade, Sabrina Ambrósio, gestores de diversas áreas da Cocamar estão conduzindo essa temática na cooperativa, que envolve entregas como a elaboração do primeiro diagnóstico de materialidade, desenvolvimento de novos negócios, estabelecimentos de metas, entre outros. A cooperativa é signatária do Pacto Global do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Sabrina, a gestão ESG entrou no debate depois que o mercado financeiro entendeu a importância da sustentabilidade para o valor das empresas. “ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial e, sim, a própria sustentabilidade empresarial em si.”
E lembra que o termo ganhou mais visibilidade devido ao enfrentamento, nos últimos anos, da pandemia da Covid-19. O desafio trouxe à tona a fragilidade de um cenário que não foi previsto por nenhum mercado econômico, evidenciando que problemas ambientais deveriam ser priorizados, pois suas consequências são globais.
“O entendimento e a aplicabilidade de critérios ESG pelas empresas brasileiras é, cada vez mais, uma realidade”, menciona a analista, acrescentando que atuar de acordo com esses padrões amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou no exterior.
Sabrina completa: as informações ESG são essenciais hoje em dia para a tomada de decisões dos investidores e demais partes interessadas. Tais critérios estão totalmente relacionados aos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), uma realidade nas discussões no mercado de capitais, mas todas as partes interessadas estão mais atentas e exigentes quanto a uma maior e melhor performance socioambiental e de governança e, ainda, atrelada a resultados financeiros.
A sustentabilidade é uma temática que existe há muito tempo, apesar de só agora estar ganhando força. O entendimento é que desde a Revolução Industrial o mundo vem sofrendo com as consequências da falta de responsabilidade socioambiental.
Para se ter ideia, a primeira vez em que houve a conceituação do Efeito Estufa e sua conexão com o CO2 data de 1850. Em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, nasce a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Declaração dos Direitos Humanos.
O Relatório Nosso Futuro Comum (Gro Brundtland) foi criado em 1987, ano também da primeira certificação de sustentabilidade, a Rainforest Alliance, muito usada na agricultura. Em 1992 é realizada no Rio de Janeiro a Conferência Rio-92 que suscita a Agenda 21. Pouco tempo depois, surgem os padrões ASA 8000 e ISO 14001 voltados à responsabilidade social e ambiental.
A ONU se compromete em 2000 com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e, dez anos depois, entra em cena o Protocolo de Kyoto, pelo Clima.
No ano de 2017 os países signatários da ONU firmam o compromisso para alcançar até 2030 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nesse intervalo surgem algumas metodologias de reporte de sustentabilidade, como por exemplo o GRI que surgiu já em 2002,, SASB e Relato Integrado, entre outros. Tudo para garantir transparência e comprometimento com a mitigação dos impactos do negócio.
Cumprir os objetivos globais é a oportunidade que marcas e empresas têm para construir um mundo mais seguro, com retornos que vão além de apenas resultados financeiros. Os consumidores passaram a considerar o impacto gerado por um produto ou serviço até chegar às suas mãos. E mais, o impacto que será gerado após o uso. Em todas as esferas, exigindo uma responsabilidade socioambiental cada vez mais consistente.
Fonte: Imprensa Cocamar