O mercado de tecnologia segue em crescimento no Brasil e apresenta oportunidades cada vez mais exigentes. Ao mesmo tempo, esse mercado enfrenta uma série de reestruturações das operações, com cortes e layoffs que ganham a mídia semanalmente.
No Brasil, 53 mil pessoas se formam anualmente em tecnologia, área que segue em evidência e possui uma demanda média anual de 159 mil profissionais. Considerando tal número, é comum pensar que sobram vagas. Porém, nem todos os qualificados são considerados, em especial o público com mais de 50 anos, que se depara com o preconceito etário ainda presente no mercado.
Segundo Kari Silveira, cofundadora e COO da Impulso, o etarismo ainda representa um sério obstáculo para esses profissionais, que procuram uma nova colocação ou recolocação no mercado nas empresas e em cooperativas.
Fabiana Medeiros, Diretora de Gente & Cultura na Rede Cooper, conta que com o impacto da pandemia, o maior desafio para os RHs das cooperativas é estimular e trabalhar a adaptabilidade. “Esta habilidade é a responsável pelo indivíduo responder de maneira eficaz em diversos ambientes de trabalho e os desafios no decorrer de sua trajetória. Isso, com uma ênfase muito grande à competência socioemocional, que por sua vez está relacionada à antifragilidade, otimismo, colaboração, inclusão, abertura a mudanças e resiliência. Tudo isso também vai ao encontro da pauta ESG, que prioriza e vê as áreas ambientais, sociais e de governança como fundamentais para um crescimento sustentável. Pela essência cooperativista, muitas cooperativas já trabalham com essa pauta, e o desafio é justamente reforçar isso com o time e com o mercado, validando o diferencial que o cooperativismo tem diante de outros modelos econômicos”, exemplifica Medeiros.
Para facilitar o processo de adaptação, Kari Silveira dá 4 dicas para que os profissionais +50 se saiam bem na seleção por uma vaga no setor da tecnologia:
- Aprenda e compartilhe conhecimento com outros profissionais: Independente do nível de experiência do profissional, sempre há algo novo para aprender e compartilhar, seja relacionado a hard skills, requisitos técnicos para atuar na área de tecnologia, quanto as soft skills, habilidades comportamentais cada vez mais valorizadas pelas empresas. Neste sentido, além de estar sempre atento às novas tendências de mercado, é importante garantir a integração com profissionais juniores e plenos em fóruns ou grupos, promovendo a colaboração entre colegas e gerando reflexões diversas que contribuem para o desenvolvimento do setor. Além disso, o senso de colaboração atualmente é um dos valores mais requisitados pelas empresas. Por isso, é fundamental se colocar à disposição para ensinar, além de contribuir com os colegas, é uma ótima maneira de aprender. Afinal, quanto mais se ensina, mais se aprende.
- Tenha a mente aberta: O outro lado da moeda também é importante. Portanto, é válido não permitir que a idade seja um limitador e impeça o profissional de buscar e aceitar novas oportunidades. Quando elas surgirem, vale abraçar novas ideias e não se fechar para as tendências do mercado. Tão importante quanto trazer a própria bagagem de experiências, é também aprender novas e possivelmente mais eficientes formas de trabalhar. Por isso, o profissional deve ser flexível e estar disponível para novos projetos, iniciativas, estratégias e formatos de trabalho e desafios. Mesmo que no começo possa haver alguma dificuldade, é essencial focar na dedicação e acreditar no seu potencial.
- Aprimore suas habilidades: Em uma área que está sujeita a constantes mudanças e evoluções, seja em atualizações, segurança, ou até mesmo novas tendências, é extremamente importante não se acomodar e seguir expandindo as habilidades técnicas para se destacar no mercado. Para isso, é fundamental estudar constantemente novos conceitos e práticas relacionados a diferentes assuntos e vertentes da tecnologia. Atualmente, existem maneiras eficientes de se fazer isso. O acesso livre à informação na internet permite o acesso aos conteúdos por meio de artigos, podcasts, livros, revistas e até mesmo webinars e workshops ministrados por especialistas sobre os temas do segmento.
- Marque presença nas redes sociais: Hoje em dia, muitas empresas buscam pessoas capacitadas por meio das redes sociais, como o LinkedIn, que é a maior rede profissional do mundo. Se o profissional não está familiarizado com as redes sociais, vale pedir ajuda a pessoas próximas, que possuem um maior entendimento do assunto. Estar presente em algumas redes é uma grande vantagem e pode ajudar na construção de relacionamento com as empresas. Para isso, no LinkedIn, construa um perfil atrativo que apresente as formações, experiências e habilidades. Além disso, é válido investir parte do tempo na elaboração de publicações que podem refletir suas vivências, o que além de transmitir suas opiniões e posicionamentos, pode ser uma boa oportunidade para aproximação de conexões estratégicas.
Por Priscila de Paula – Redação MundoCoop