Nos últimos anos a saúde suplementar ganhou ainda mais espaço no Brasil. Impactando a vida de milhares de brasileiros, o setor tem sido exemplo de inovação, atendimento humanizado e olhar atento ao associado. Seja em pequenas cidade ou nos grandes centros, as cooperativas de saúde levam uma nova forma de acolhimento ao paciente, acompanhando do início ao fim de sua jornada. E com a chegada da pandemia, a saúde suplementar, os seguros e outros produtos e serviços de cuidado à vida, ganharam um novo significado.
Sendo um dos grandes sistemas do país, a história da Seguros Unimed se entrelaça com a da saúde suplementar no Brasil. Sinônimo de tecnologia e inovação no setor de saúde, a Seguros nos últimos anos ultrapassou barreiras ao rapidamente se adequar a novas tendências, trazendo conforto para o dia a dia do cooperado.
Com a chegada de 2023, novas perspectivas começam a ser traçadas. E novos caminhos se formam em direção ao futuro da saúde suplementar no Brasil. Para compreender melhor o passado, presente e futuro desse segmento, a MundoCoop conversou com exclusividade com o Dr. Helton Freitas, Presidente da Seguros Unimed. Na conversa que você confere a seguir, ele fala sobre o atual panorama do setor, desafios e conquistas; e ainda, destaca o papel da intercooperação no processo de fortalecimento das cooperativas do ramo saúde.
Confira!
MundoCoop: Nos últimos dois anos, a saúde suplementar se desenvolveu e apresentou conquistas? Quais os desafios para os próximos anos?
O segmento da saúde é um dos que mais inovam quando se trata de tecnologia. Desafios como apresentar ao paciente os melhores diagnósticos e tratamentos, aliados à comodidade, impulsionam esse movimento. Um exemplo é a regulamentação das teleconsultas pelo Governo Federal, realidade que se concretizou durante a pandemia de Covid-19 e é considerada uma das vitórias do setor neste ano.
Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mais de 50 milhões de brasileiros contam com planos de saúde, maior número desde março de 2015 e, de acordo com pesquisa Ibope, ter um convênio médico está entre os principais desejos do brasileiro. Isso mostra a importância da saúde suplementar e a expectativa que a população tem em relação ao serviço. Por isso, operadoras e seguradoras têm se esforçado para apresentar produtos que caibam no bolso e atendam a cada segmento da sociedade. Nunca é demais relembrar o papel importante do SUS (Sistema Único de Saúde) durante a pandemia.
Falando sobre desafios, as fraudes estão entre os maiores problemas na saúde suplementar. Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entidade que representa 14 grandes grupos de planos de saúde do Brasil, o país perde, ao menos, R$ 14,5 bilhões com fraudes no setor, o que equivale a quase 10% do orçamento previsto para a área em 2023. O envelhecimento da população e o custo da tecnologia, uma vez que cada inovação incorporada à cobertura mínima obrigatória aumenta o gasto da operadora, são outras grandes questões para o setor.
MundoCoop: Seguros e Previdência são dois grandes produtos em crescente evidência. O que esperar desses mercados em 2023, principalmente no cooperativismo?
A pandemia de Covid-19 trouxe à tona a percepção de que o imponderável pode acontecer e é melhor estar preparado para eventualidades inesperadas. De lá para cá, vimos um interesse crescente por produtos de Ramos Elementares, como Vida e Doenças Graves, por exemplo, além de Saúde, como demonstrado acima. Números da Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) mostram que a previdência privada movimenta R$ 1,14 trilhão atualmente no Brasil, uma alta de 18,8% em relação ao mesmo período de 2021. Já a Federação Nacional de Seguros Gerais aponta que a contratação de Seguro Residencial no Brasil foi de R$ 3,6 bilhões de janeiro a outubro de 2022, um crescimento de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
As cooperativas têm demonstrado uma grande força no mercado, atuando como instituições financeiras, por exemplo. Diferentemente da Espanha, país de origem de uma das maiores seguradoras cooperativistas do mundo, no Brasil, uma seguradora não pode ser uma empresa desse ramo. Sendo assim, acreditamos que as cooperativas podem se beneficiar deste cenário, proporcionando vantagens a seus cooperados, como planos de previdência e seguro saúde, odontológico e Seguro de Responsabilidade Civil, por exemplo.
MundoCoop: O Sistema Unimed, onde a Seguros Unimed está inserida, é a maior cooperativa de trabalho médico do mundo. Há espaço para o Sistema Unimed crescer ainda mais no cooperativismo? Como?
Empresa que inova tem sempre espaço para crescer. Esse é um dos pilares da Seguros Unimed, que investiu R$ 136 milhões durante 2021 em inovação e, neste ano, criou a diretoria de Mercado e Tecnologia para desenvolver soluções para o mercado para alavancar negócios. Outro foco importante para nós é a experiência do cliente, já que ele é nossa razão de existir. Para se ter uma ideia de como essas ações se reverberam na operação, a Seguros Unimed alcançou a marca de 1,6 milhão de vidas em dois importantes segmentos de negócio de sua carteira, no último mês de novembro. Os planos odontológicos e os seguros-saúde registraram expansão, no volume de clientes, de 29,96% e 12,28%, respectivamente, nos últimos 12 meses, entre dezembro de 2021 e novembro de 2022.
Carregar a marca Unimed representa uma imensa vantagem para a seguradora, seja por fazer parte de um dos maiores ecossistemas de cooperativas do mundo, seja por ela estar consolidada entre os brasileiros como sinônimo de segurança e cuidado. Por isso, a Seguros Unimed tem imenso potencial de crescimento, oferecendo seguros de Vida, Saúde, Previdência Privada, Odonto, Residencial, Patrimonial e Responsabilidade Civil.
MundoCoop: A intercooperação é um dos importantes princípios do cooperativismo. Como as cooperativas podem intercooperar de forma mais efetiva?
O princípio da intercooperação é um dos pilares do Sistema Unimed e a Seguros Unimed trabalha para fortalecer ainda mais esse alicerce em várias frentes. Com o desenvolvimento de novos produtos, trazendo condições e parcerias atrativas para que as Unimeds caminhem sempre em conjunto; e com investimentos em inovação tecnológica para ser utilizada por todos que fazem parte da maior cooperativa de saúde do mundo.
A Seguros Unimed funciona como uma catalisadora da intercooperação entre as cooperativas e as empresas do Sistema Unimed. Temos muito claro o potencial de negócios que cada uma das 341 cooperativas carrega e que, juntos, seremos capazes de aumentar o valor da marca Unimed.
MundoCoop: Hoje, somente 7% da população brasileira conhece o cooperativismo e um dos grandes desafios do nosso setor é o desconhecimento. Como quebrar essa barreira? Precisamos nos comunicar mais? Como?
Além do Sistema Unimed, o Brasil tem outras grandes empresas que atuam neste modelo, principalmente no agro, na indústria de alimentos e no setor de finanças. Ou seja, o cooperativismo é um modelo sustentável, que gera emprego e distribui as sobras, aquilo que o trabalho gera como lucro, de forma equânime entre os cooperados. É um sistema justo e sustentável, que tem um enorme potencial de crescimento em todo país, ainda mais quando se fala em economia colaborativa.
Entre os grandes desafios do setor estão a inovação, para dar conta da imensa capacidade do segmento e seus ramos de atuação. Educação para o cooperativismo, no sentido de demonstrar a solidez e os diferenciais deste modelo de negócios – que vão ao encontro de questões atuais como sustentabilidade socioambiental. E, por fim, a comunicação, já que, quanto mais formos capazes de divulgar essas características de forma eficaz, mais o mercado cooperativo atrairá gente interessada, gerando uma mudança positiva na economia e na sociedade.
MundoCoop: No momento atual, o cooperativismo pode ser considerado um polo de inovação no mercado? Qual a sua visão sobre o futuro do movimento?
Em um mundo no qual busca-se alternativas ao atual modelo econômico, o cooperativismo tem um alto potencial de inovação. As economias criativas, colaborativas e solidárias têm sido apontadas como modelos econômicos sustentáveis e carregam conceitos do cooperativismo. As cooperativas demonstram que é possível gerar lucro, melhorar os índices de igualdade social e inovar ao propor um modelo de negócio mais horizontal e diverso. São nesses ambientes que se desenvolvem padrões disruptivos, com potencial grande de impacto no mercado.
O cooperativismo de plataforma tem reunido pessoas ao redor do mundo para se manter no mercado, conquistar clientes, driblar crises econômicas com geração de emprego e renda. A modalidade é ainda uma maneira de conferir mais transparência, igualdade de participação e remuneração nos negócios. Bons exemplos de cooperativismo de plataforma são Smart.coop, que gere projetos criativos e culturais, e a Coopcycle, cooperativa de delivery, ambas com ampla atuação na Europa e com um significativo público jovem, interna e externamente.
MundoCoop: Startups, fintechs e insurtechs surgiram com velocidade e força. Elas são parceiras ou concorrentes? Essas instituições podem ser grandes aliadas para a inovação aberta?
Elas trazem modelos e padrões que podem ser replicados em cooperativas, principalmente no que diz respeito à cultura de inovação. Nesse contexto, a Seguros Unimed criou o Stormia, um grupo de trabalho multidepartamental, com líderes atuantes em frentes de trabalho relacionadas à inovação e à transformação digital. Responsável pela concepção do SuperApp, que, o Stormia entregou este ano a implementação do projeto Data Lakehouse, que proporcionou à empresa uma moderna arquitetura de armazenamento e organização de informações. Isso permite aos usuários acessá-las mais rapidamente, conferindo versatilidade e facilidade na aquisição de informações de negócio, com mais segurança e governança.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop