O estudo “Oportunidades para o Brasil em Mercados de Carbono”, desenvolvido pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil), em parceria com a consultoria WayCarbon, mostra que o potencial de geração de receitas com créditos de carbono para o Brasil, até 2030, aumentou de US$ 100 bilhões para até US$ 120 bilhões. Segundo a pesquisa, em oito anos o País poderá atender até 48% da demanda global.
“Tal desempenho é reflexo do aumento do número de créditos emitidos de soluções baseadas na natureza e da influência da regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris na COP-26”, destaca o estudo, que teve por objetivo mapear a dimensão do mercado nacional de carbono.
De acordo com o levantamento, em 2021 Brasil respondeu por 12% da oferta mundial de créditos para o mercado voluntário, superando a participação de 3% em 2019 e o cenário mais otimista de 10% registrado no estudo do ano passado, com o foco em 2030.
Além disso, a pesquisa apresenta recomendações ao governo brasileiro e ao setor privado para fortalecer o mercado nacional e apoiar seu processo de amadurecimento.
No caso do governo, o estudo indica, entre outros aspectos, que “é fundamental que o Brasil, no seu papel regulador, desenvolva e divulgue um planejamento específico para cumprir sua NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) e os compromissos de zerar o desmatamento ilegal e de redução de metano”.
Quanto à iniciativa privada, uma das orientações é “apoiar a simplificação dos processos de transação dos créditos no mercado voluntário, bem como estabelecer parcerias com outros atores do mercado na intenção de fortalecer e cooperar para o amadurecimento e retorno justo ao proprietário de terras e comunidades locais envolvidas no projeto”.
Para Gabriella Dorlhiac, diretora-executiva da ICC Brasil, “ainda há muito o que fortalecer, não apenas nos mercados de carbono globais, mas também nacionais. É um mecanismo importante para a transição a uma economia de baixo carbono, que impulsiona o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente responsável de nosso País”.
Fontes: Broadcast Agro e Money Times