Qual o próximo passo do mercado de crédito no Brasil? Buscando responder esse e outros tantos questionamentos, aconteceu nesta semana o Cred-Tech Brasil 2022, um encontro totalmente dedicado à inovação no mercado de startups financeiras no Brasil. E MundoCoop, grande parceira desse ecossistema, esteve presente acompanhando os principais detalhes.
Realizado no centro Amcham Business, em São Paulo, o Cred-Tech reuniu diversas empresas – nacionais e internacionais – para falar sobre os temas que estão moldando o futuro do mercado de crédito. Através de palestras e debates especiais, o público pode conferir novos insights sobre temas como o uso de dados, blockchain, parcerias de inovação e outros.
Criando uma verdadeira rede de conexão entre fintechs e outros players que fazem parte do mercado financeiro, o Cred-Tech Brasil chegou à sua segunda edição buscando entender como o mercado de crédito pode evoluir.
Com abertura de José Prado, Chairman do evento e CEO da Insurtech Brasil, o encontro se iniciou com grandes perspectivas. Em sua fala, Prado destacou a importância do networking no sistema de crédito, principalmente para a promoção do desenvolvimento coletivo e conjunto do setor.
Em sua palestra ‘Fintechs de Crédito: De onde viemos e os desafios para o Futuro’, Bruno Balduccini, da Pinheiro Neto Advogados, destacou alguns aspectos do mercado de fintechs no Brasil. Segundo ele, no país o setor demorou a se desenvolver devido às regras que formaram o ecossistema que hoje existe. “A entrada das fintechs demorou devido ao ambiente regulatório do Banco Central”, frisou. Hoje, com um campo bem estruturado, a realidade é outra, e Balduccini lembrou que as recentes regulações criaram um mercado sólido e em constante desenvolvimento.
No debate ‘O Novo Cenário Econômico e Impacto de Crédito’, o Cred-Tech reuniu diversos temas que devem compor o cenário de crédito em 2023. Segundo os convidados, criou-se para o ano que vem um mercado ainda mais competitivo, com novos players. Para Camila, da Qista, o Brasil tem a capacidade de ensinar o mercado latino-americano, sendo sinônimo de inovação e desenvolvimento. Hugo Mathecowitsch, CEO da a55, destacou que o futuro traz uma economia mais conectada, com mais oportunidade em um mercado onde a demanda não para de crescer.
O amplo mundo dos dados e sua capacidade de impacto nos negócios foi tema da palestra de Michel Varon, CEO da VADU. Em ‘O Poder dos Dados no Mercado de Crédito’, ele destacou números recentes da economia brasileira, como o alto número de inadimplentes pessoas física e jurídica. Segundo ele, com os dados – o que ele chama de matéria-prima da economia digital – é possível reavaliar diversos cenários econômicos, buscando solucionar diversas barreiras presentes atualmente no mercado de crédito. “Os dados, quando bem utilizados, fazem a diferença na sua empresa”, frisou.
Vitais para o desenvolvimento do setor, o painel ‘Parcerias para a inovação” trouxe cases de como as fintechs e bancos podem viabilizar a transformação do mercado. Com a presença de Carlos Eduardo Benitez (BMP), Leonardo Grapeia (Qista), Marcos Ramos (EasyCrédito & Fitbank) e Vitor Tripodi (Portocred), o bate papo destacou alguns movimentos do mercado, como a tendência de grandes bancos lançarem seus próprios ambientes voltados para a inovação. Segundo Benitez, nesse novo mercado, diversificar é vital para a longevidade dos negócios, sobretudo no mercado brasileiro. Além disso, os convidados destacaram a descentralização do crédito, promovida pela distribuição de recursos promovida por novos players como as fintechs, bancos digitais e outros.
Olhando mais a fundo na modernização do mercado financeiro, o painel ‘Tokenização de ativos financeiros’ reuniu Hugo Mathecowitsch (a55), Gelson Nardino (Tecredi) e Chaim Finizola (CREDIX). Em bate papo, os convidados reforçaram o uso de novas ferramentas no mercado, destacando a importância que o blockchain já adquire no mercado financeiro. Em sua fala, Finizola lembrou do preço do crédito no país, reforçando que é preciso abrir o mercado para investidores internacionais. Para completar, os convidados lembraram que é preciso criar e desenvolver um processo de inovação que repense o mundo financeiro hoje.
As novas fontes de crédito foram tema do painel ‘O Futuro do Crédito está fora dos Bancos’, que reuniu Valério Zarro (iFood Fintech), Valter Nakashima (BEES Bank – Ambev) e Marcelo Bradaschia (Banco ABC). Na conversa, os palestrantes trouxeram um novo olhar sobre como varejistas, superapps e novas startups estão expandindo a oferta de crédito, trazendo serviços mais alinhados com a realidade de outros setores da economia. Zarro, destacou que o iFood utiliza sua base de dados para moldar as ofertas de crédito para os restaurantes e comércio que entram no ecossistema da fintech. Nakashima, por sua vez, destacou que a dificuldade de gestão financeira nos negócios pequenos traz um outro desafio, forçando fintechs a atuaram como consultoras, de forma a criar um mercado de crédito mais saudável. Para completar, os convidados reforçaram que é preciso entender as diferentes demandas do mercado, buscando oferecer o melhor serviço possível para cada tipo de cliente.
Cred-Tech Brasil
O Cred-Tech promovou diversos debates sobre os rumos do mercado financeiro, das startups e das fintechs. Com diversos painéis e debates em sua programação, o encontro do setor ainda buscou reforçar a importância de parcerias para o desenvolvimento do mercado. O Cred-Tech Brasil 2023 já está confirmado.
Por Redação MundoCoop