Em um país desigual como o Brasil, a exclusão bancária é uma realidade. Segundo dados do Locomotiva Instituto de Pesquisa, em abril de 2021 havia cerca de 34 milhões de pessoas fora do sistema financeiro no país, metade delas em idade ativa, entre 16 e 34 anos.
“Há, ainda, aqueles com acesso a apenas um ou outro item do portfólio bancário, sobretudo de menor risco para o agente financeiro, e os que clamam por um relacionamento mais justo, como o pequeno negócio, os trabalhadores em geral e os agricultores familiares”, destaca Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob.
A instituição é um dos principais players do mercado que tenta mudar essa realidade, propondo um novo modelo de gestão: as cooperativas. Nesse formato de organização que não visa ao lucro, os usuários são considerados cooperados — e não clientes — e se posicionam como donos do negócio, com direitos e deveres.
Levando-se em conta os números significativos já alcançados, a modalidade tem dado certo. De acordo com o último Relatório de Economia Bancária (REB) do Banco Central (BC), de 2022, a concentração do mercado de crédito nos bancos brasileiros caiu desde 2016.
No fim do ano passado, as cooperativas, na combinação dos mercados em que atuam, detinham uma fatia de 11,6% do total de empréstimos do sistema financeiro nacional, respondendo por 22% do crédito ao pequeno negócio (MEI, ME e EPP), mais de 20% do crédito não consignado para indivíduos e 21% do crédito rural do país (ano-safra 2022/2023).
Crédito facilitado
Na esteira desse crescimento do setor cooperativista, o Sicoob conquistou números expressivos, com uma expansão da carteira de crédito de 170% nos últimos cinco anos. Em dezembro do ano passado, atingiu a cifra de R$ 140,6 bilhões, aumento de 22,4% em relação ao saldo de dezembro de 2021.
Na operação de consórcio, a instituição financeira cooperativa ocupa isoladamente a sexta posição entre as instituições financeiras brasileiras, segundo o Banco Central. Já no setor de agronegócio, o Sicoob representa hoje 9% do market share, com uma carteira de crédito de R$ 51 bilhões e um crescimento de 50% no último ano.
No plano safra 2023/2024, a instituição espera movimentar R$ 52 bilhões, número que representa um aumento de cerca de 33% em relação a 2022/2023. Do montante total, R$ 8 bilhões serão direcionados aos pequenos produtores pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 10 bilhões, aos médios produtores pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp).
“Oferecemos crédito para empreendedores, produtores rurais, micro e pequenas empresas, contribuindo para o desenvolvimento do setor produtivo local, além de financiarmos o consumo consciente. Isso impulsiona a economia, gera empregos e fomenta o crescimento sustentável das comunidades”, afirma Ênio Meinen.
Presença nacional
Ultrapassando 7,3 milhões de cooperados, o Sicoob está presente, hoje, em mais de 2.350 municípios de todas as regiões brasileiras, sendo a única instituição financeira em 388 dessas localidades, no conceito de agências (instalações amplas e disponíveis durante toda a semana e com todas as soluções do portfólio financeiro). A rede de atendimento envolve mais 4.500 pontos físicos, além da presença digital, com internet banking, redes sociais e aplicativos diversos.
Os serviços são os mesmos da rede bancária tradicional — conta-corrente, cartões, adquirência, crédito, investimentos, consórcio, previdência, seguros, câmbio, pagamentos e recebimentos, entre outros —, com a vantagem de oferecer taxas mais justas e um atendimento mais próximo, digno de quem é o dono do negócio.
Essa diferença entre o que foi gasto pelos cooperados em taxas e tarifas no ano, além da remuneração maior de seus investimentos, em comparação aos valores do mercado é chamada de benefício econômico. Em 2022, os membros do Sicoob conseguiram retorno médio de R$ 4.925 pelo fato de escolherem a cooperativa para atender às suas necessidades financeiras.
Em 2023, os cooperados também passaram a ter acesso à Bolsa de Valores, com o lançamento do home broker integrado à plataforma de investimentos do Sicoob, o que permitirá democratizar investimentos em renda variável.
Pioneiro no sistema de fidelização no setor de cooperativismo brasileiro, o Sicoob possui o programa Coopera, disponível para membros e não membros, por meio do qual é possível acumular pontos nas compras on-line no marketplace da instituição e trocá-los por produtos e serviços.
Para empresas, a instituição oferece soluções como a Sipag, plataforma voltada à gestão de vendas no comércio, e o Coopcerto, o primeiro cartão pré-pago para pessoa jurídica no setor cooperativista.
Para se tornar um cooperado do Sicoob, é muito simples. O primeiro passo é encontrar uma cooperativa do Sicoob mais próxima, que pode ser localizada no site oficial ou na Central de Atendimento ou, se preferir, é possível e prático associar-se por meio do App Sicoob. Ao se associar, o cooperado, como proprietário do negócio, adquire uma ou mais cotas de capital, as quais representam a sua participação na cooperativa.
Essas cotas, além de permitirem à cooperativa oferecer todos os serviços em condições diferenciadas, são uma forma de investimento na cooperativa, que, dependendo da política adotada, podem render juros anuais. O Sicoob acredita na força da cooperação e na importância de cada membro na construção de um ambiente financeiro mais justo e equilibrado. Por isso, após adquirir a cota capital, o cooperado passa a participar de todas as decisões da cooperativa, tendo voz ativa e direito a voto nas questões que envolvem a instituição e os demais cooperados.
Nesse modelo coletivo de negócio, todos se beneficiam. Além dos produtos e serviços, o cooperado tem acesso à participação nos resultados. Quando há um resultado financeiro positivo, o valor excedente é compartilhado entre os cooperados na proporção do volume de negócios de cada um com a instituição. Uma parte dos resultados é ainda destinada a reservas e fundos da instituição, fortalecendo a sua estrutura patrimonial.
Segundo o relatório (REB) do Banco Central, as cooperativas geraram R$ 131,2 bilhões em ganhos econômicos para os seus cooperados entre 2016 e 2021. “Enquanto o lucro de um banco ou uma fintech é distribuído entre acionistas ou proprietários, sem nenhum benefício para o cliente, os resultados financeiros do Sicoob são destinados aos cooperados, usuários dos produtos e serviços, de forma proporcional à participação operacional de cada um na instituição”, comenta Ênio Meinen.
Ações sociais com alinhamento global
Signatário do Pacto Global Organização das Nações Unidas (ONU), o Sicoob destina parte de seus recursos a programas de fomento ao cooperativismo, ao empreendedorismo e à educação financeira, além de apoiar e promover iniciativas regionais de desenvolvimento socioeconômico nas áreas de saúde, educação, cultura, esporte e meio ambiente.
Fazem parte dessas iniciativas o Concurso Cultural e as Cooperativas Mirins em escolas; a Semana do Cooperativismo, que envolve as 340 cooperativas da instituição; o programa on-line Conexão Sicoob; as Clínicas Financeiras, que oferecem orientação aos cooperados e à população; o Se Liga Finanças, para jovens e microempreendedores; o Programa Financinhas, direcionado a crianças; e o Programa de Educação Financeira, que destaca a importância do conhecimento sobre dinheiro.
Fonte: Conexão Safra