Uma pesquisa feita pela Gartner indicou as tendências que estarão em alta no RH, tanto das empresas, quanto no das cooperativas nesse ano. Elas englobam o gerenciamento de investimentos em pessoas, tecnologias, cultivar uma cultura positiva e priorizar a experiência do colaborador. “Estando no fim ou praticamente no fim da pandemia de COVID-19, muitas áreas dentro das empresas sofreram mudanças. entre as mais impactadas, estão as áreas de Recursos Humanos. Não por acaso, estas lidam diretamente com pessoas, processos e tecnologia e são, muitas vezes, o ponto de apoio para os demais departamentos”, diz Sandra Freitas, CEO da Good Jobs Consultoria, empresa especializada em RH, recolocação profissional e transição de carreira.
Nos próximos anos, uma das principais tarefas das lideranças será reter talentos, pelo menos foi isso o que apontou 42% dos entrevistados. Os líderes terão que desenvolver habilidades como a flexibilidade, confiança e o encantamento junto aos colaboradores.
Outra capacidade importante levantada por 60% na pesquisa foi a necessidade da eficácia do líder junto aos liderados, isso irá exigir empatia dos profissionais. Os 47% dos líderes do RH acreditam que precisarão ajudar os colaboradores a repensarem o papel do trabalho em suas vidas. Já 50% das organizações acreditam que nos próximos anos a competição por talentos deve se acirrar.
Podemos dizer que as tendências mundiais para as cooperativas em 2023 seguem as de qualquer outra organização que tenha o foco no desenvolvimento das pessoas.
Fabiana Medeiros, Diretora de Gente & Cultura na Rede Cooper explica que o viés mais importante será o estímulo a inovação em todos os processos, que envolve o trabalho com ferramentas como gameficação, sistemas mobile para maior conexão com as pessoas, feedbacks estruturados para avaliação de desempenho, maior aprimoramento dos resultados, além de entender a necessidade cada vez maior por ambientes mais flexíveis e diversos. “Os conteúdos disponibilizados para os colaboradores na educação corporativa serão cocriados com a sua participação e as experiências da comunidade, para que o processo de aprendizagem seja adequado e auxilie uma entrega de resultados excelentes e assertivos para todos as partes”, lembra Fabiana.
Nem só de tendências vive o RH
Nem só de tendências será feito o RH desse ano, mas de muitos desafios, entre eles, em seus processos de seleção.
A consultora e mentora profissional Eliane Rodrigues exemplifica que o setor terá como alguns dos objetivos exigir dos colaboradores o desenvolvimento nas funções em que têm a melhor aptidão e promover o crescimento individual de cada um.
Os profissionais dos RH das cooperativas serão cada vez mais exigidos sobre o conhecimento do negócio em que estão inseridos, sejam eles colaboradores ou cooperados. Por isso, o setor precisará implementar programas modernos que despertem a vontade de aprender nos indivíduos e a curiosidade para o seu autodesenvolvimento. “Eles precisam criar programas de lideranças que incentivem a educação e a facilitação do aprendizado das equipes, desta forma, seguirão desenvolvendo mais líderes dentro do cooperativismo. Eles servirão à comunidade como um todo, como pessoas engajadas, colaborativas, com senso de pertencimento e dispostas a mudar e inovar aquilo que no seu entorno precisa ser mudado”, lembra Medeiros.
As pautas do dia
Todos esses pontos levantados pela Diretora da Rede Cooper se somam à pauta ESG, que prioriza e vê as áreas ambientais, sociais e de governança, consideradas nos próximos anos como como fundamentais para um crescimento sustentável das cooperativas. “O desafio é justamente reforçar isso com o time e com o mercado, validando o diferencial que o cooperativismo tem diante de outros modelos econômicos”, lembra Fabiana.
Para dar conta de tantos desafios, os especialistas do RH devem voltar as suas preocupações aos líderes e gestores. O objetivo é que eles administrem cada vez melhor as equipes nas suas pluralidades de gênero, cultura, gerações, regionalidades e “diversidades”. “A colaboração mútua é a palavra da vez, porque com estas novas formas de trabalho adotadas, construir espaços colaborativos é indispensável”, exemplifica Eliane.
Nesse processo, o RH terá um papel fundamental de trabalhar em conjunto com os diretores e demais lideranças em diversas atividades importantes para o desenvolvimento do negócio. “O RH terá várias responsabilidades, entre elas o de conscientizar toda a equipe a pensarem como donos dos negócios, contemplar a participação de todos, fortalecer as habilidades com base nos pilares mapeados de cada empresa, diversificar o uso das ferramentas atuais de apoio para a gestão de pessoas, trazendo para a consciência a relevância do uso adequado pelos gestores, e o impacto positivo no processo humanizado na avaliação de desempenho”, ressalta Rodrigues.
Tendências para o RH estratégico em 2023
- 1. Gamificação: A adoção de elementos utilizados em jogos, como recompensas, rankings, feedbacks rápidos e designs mais criativos. Em ambientes virtuais dinâmicos de treinamentos o Gamification tem sido utilizado pelas empresas com a intenção de qualificar, motivar, engajar e integrar os times.
- 2. O Qranio: Plataforma mobile de aprendizagem que usa a ludificação para estimular os seus usuários a se envolverem com os conteúdos educacionais.
- 3. A Sambatech: oferece soluções de ensino e educação corporativa auxiliando no desenvolvimento de treinamentos criativos e inovadores, perfeitamente já adotados nas grandes corporações por ter atraído a atenção dos colaboradores através de trilhas de conhecimento personalizadas, o que efetivamente propicia o aumento das taxas de imersão e engajamento com os conteúdos oferecidos pelas Cias.
As novidades do RH para 2023
1. Fortalecimento da marca empregadora: Programas desenvolvidos cultural e social para a comunidade onde pertence a empresa e no seu entorno.
2. Bem-estar e saúde dos colaboradores: Contratação de clínicas e profissionais liberais para assistência remota psicológica, descontos em academias, terapias online, projetos de meditação, ginástica ao ar livre, alimentação saudável, menos fast food e mais lanches naturais, palestras com especialistas sobre bem-estar, etc.
3. Entender como as diferentes gerações assimilam e reagem: Entender a prioridade de carreira dessa das gerações e criar novas estratégias de engajamento.
4. Uso da ferramenta People Analytics: Sistemas especializados em coletar, processar e integrar um grande volume de dados que colaboram para que as empresas entendam melhor seus colaboradores, utilizando para avaliação de desempenho, comportamentos de perfil, estabelecer padrões de comportamentos esperados, entre outras finalidades.
5. Desenvolvimento dos colaboradores: Utilizando as mais variadas tecnologias e formas na linha de aprendizagem oferecida pela empresa. Considerando também o aprendizado técnico da função e suas habilidades requeridas fornecido por meio de dispositivos móveis.
6. Recrutamento online: Otimizados através dos variados softwares, sem perder a humanização nas contratações.
7. Programas sustentáveis de diversidade e inclusão: A intolerância e o preconceito têm sido comportamentos corriqueiros na sociedade, por isso, se faz necessário criar e manter Comitês que tratam na raiz sobre a Diversidade e Projetos sustentáveis, elencando a diversidade de raça, nacionalidade, cultura, gênero, idade, orientação sexual entre os seus times de colaboradores.
Por Priscila de Paula – Matéria publicada na Revista MundoCoop edição 110