O Banco Central definiu o nome da primeira moeda digital oficial do país: Drex. O nome do primo do Pix, como é chamado dentro da instituição, é uma abreviação da expressão digital real x. A expectativa é que, até o fim de 2024, o Drex esteja liberado para o público.
Segundo o BC, a moeda digital poderá ser trocada por papel-moeda e vice-versa, e o acesso a ela será feito por meio de carteiras virtuais em bancos e outras instituições financeiras. O Drex não vai ter remuneração automática – semelhante ao que acontece com o dinheiro guardado em casa, por exemplo. O BC espera que a nova moeda ajude a baratear custos de operações bancária e aumentar a inclusão dos consumidores no novo mercado financeiro.
“O real digital é uma expressão da moeda soberana brasileira, que está sendo desenvolvida para dar suporte a um ambiente seguro onde empreendedores possam inovar e onde os consumidores possam ter acesso às vantagens tecnológicas trazidas por essas novas ferramentas, sem que para isso precisem se expor a um ambiente financeiro não regulado”, diz o BC, em nota.
O novo nome vai “rebatizar” todo o projeto que o BC vem desenvolvendo. “A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores”, explica, por nota, o BC.
Na marca, desenvolvida pelo BC, a combinação de letras forma uma palavra com sonoridade forte e moderna: “d” e “r” fazem alusão ao Real Digital; o “e” vem de eletrônico e o “x” passa a ideia de modernidade e de conexão, do uso de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT), tecnologia adotada para o Drex, dando continuidade à família de soluções do BC iniciada com o Pix.
“O time de marketing do BC criou o nome e juntou vários elementos de inovação. Com isso, damos um passo a mais na família do Pix, que a gente criou e já faz tanto sucesso”, diz Fabio Araujo, coordenador do Drex no BC, durante a live de anúncio do novo nome no YouTube.
Segundo o executivo já mencionou outras vezes, o Drex funcionará como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros”, já que a moeda digital vai permitir a transferência de ativos financeiros de forma tão imediata quanto o Pix.
Importante explicar que a moeda digital, o Drex é só uma nova forma de representação da moeda, e tem paridade com o real. “Assim como a nota de R$ 1 é o mesmo real que está na sua conta corrente no banco”, pontua Aristides Cavalcante, chefe de cibersegurança do BC, que também participou da live.
Ainda, o BC já compartilhou sua intenção de digitalizar cada vez mais a economia brasileira, com o objetivo de trazer mais eficiência e segurança.
Diferença entre Drex e criptomoedas
As criptomoedas funcionam como ações na Bolsa de Valores, onde investidores colocam dinheiro à procura de rentabilidade. Já o Drex não terá variação no preço, pois será apenas uma representação virtual da moeda física brasileira.
Além disso, as criptos apresentam variação de preço a depender da oferta e da demanda. Por exemplo, o valor do bitcoin, uma das moedas virtuais mais populares, caiu quase 4% nos últimos 30 dias. Já o preço do real não tem variação – ou seja, R$ 5 em papel-moeda vão equivaler a 5 drex.
Vale destacar que, segundo o Banco Central, o real digital funcionará em blockchain, sistema usado pelas criptomoedas. E, principalmente, não se trata de uma criptomoeda, porque será garantida pelo governo.
Cooperativas em ação
Em maio, o Banco Central anunciou os 14 selecionados para o projeto de desenvolvimento do Real Digital. Entre os selecionados, o consórcio SFCoop, composto pelas instituições financeiras cooperativas Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred. Recentemente, o SFCoop obteve êxito na implantação de seu nó na rede do Real Digital, demonstrando sua capacidade de acompanhar as tendências da nova economia digital.
Fonte: Banco Central/G1/Infomoney