Como o cooperativismo de crédito pode se reinventar e gerar ainda mais impacto positivo? O segundo dia do CoopTalks Crédito 2022 veio para responder a esta e outras perguntas, em uma manhã de grandes debates e trocas de experiências.
Trazendo 13 especialistas e personalidades do mercado, o CoopTalks promoveu mais uma vez, grandes discussões sobre os temas que estão transformando o futuro das cooperativas: intercooperação, tecnologia, desenvolvimento, propósito e muito mais!
Foram 5.945 inscrições ao todo, com mais de 4.219 visualizações e 1.789 pessoas acompanhando ao vivo, através das plataformas oficiais da MundoCoop. Público este, que participou através de perguntas e comentários, que ajudaram a construir uma rede de compartilhamento de experiências.
Com apresentação de Douglas Ferreira, diretor da MundoCoop, o segundo e último dia do CoopTalks Crédito alcançou o seu objetivo: criar um espaço para que diferentes vozes mostrassem os caminhos que a sua cooperativa pode seguir.
Confira os destaques do segundo dia!
Iniciando o ciclo de palestras, Mario Morishita – Consultor de Credito e Cobrança, Recuperação de Credito em Atrasos na INFI-FEBRABAN e Professor da FGV no MBA em cooperativismo – trouxe um ‘Panorama do Cooperativismo de Crédito na Atualidade’. Em sua fala, destacou o histórico de sucesso do movimento e reforçou o importante trabalho das cooperativas na missão de diminuir a população de inadimplentes. “Precisamos profissionalizar nossas áreas de crédito, cadastro e recuperação. Necessitamos de mais técnicas para melhorar a provisão e melhorar a inadimplência na carteira”, frisou.
Reunindo grandes vozes do cooperativismo de crédito, o Painel Especial das Entidades contou com a presença de Ivo Lara Rodrigues, Presidente da Federação Nacional da Cooperativas de Crédito (FNCC); Moacir Krambeck, Coordenador do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito do Sistema OCB (CECO) e Luiz Antônio Ferreira, Presidente do Conselho de Administração do FGCoop. Durante o painel, diversos temas de interesse do setor foram pauta, incluindo a importância de reinventar a forma como o cooperativismo de crédito atua. “No futuro, o cooperado será mantido não apenas pela essência, mas também pelos serviços prestados. O cooperado sabe o que está acontecendo no mercado”, reforçou Krambeck. Além disso, a recente expansão da rede física também foi destaque entre os representantes. “A expansão física faz parte da essência do cooperativismo. Demonstra um trabalho social importante, ao ser a única instituição financeira em diversos municípios”, comentou Luiz. Para Rodrigues, a expansão é bem-vinda, mas deve ser tratada de forma cautelosa. “Essa expansão na contramão dos bancos é estratégica. É preciso olhar para um ponto de equilibro, olhando para a rede física necessária, investindo em comunicação e equilibrando com o atendimento digital”, acrescentou.
Reinventar as relações econômicas é vital, e o “Capitalismo Consciente” foi pauta do painel PAPO COOP, que contou com a presença de Rodrigo Casagrande, Professor-Convidado FGV Management, na disciplina ESG – Environmental, Social and Corporate Governance e Thomas Eckschmidt, Cofundador do movimento do capitalismo consciente no Brasil. Durante o bate papo, os convidados compartilharam a importância do movimento para uma ressignificação do papel dos negócios. Para Casagrande, o cooperativismo é uma ferramenta fundamental para a criação de negócios que abracem diferentes perfis de pessoas. “O cooperativismo dá sinais claros de que apoia a diversidade, abraçando diferentes grupos e perfis de pessoas. O capitalismo consciente traz a convicção que é possível produzir bem e fazer o bem”, salientou. Eckschimidt reforçou que o cooperativismo é, em suma, o exemplo prático de uma nova economia necessária. “O cooperativismo é uma das melhores expressões do capitalismo consciente. O cooperativismo produz bem e entrega bem”, completou.
Continuando a manhã de palestras e debates, Sérgio Biagini, Sócio-líder de Financial Services Industries da Deloitte e Eduardo Shakir, Fundador e CEO da ATLAS GOVERNANCE, destacaram o tema “Tendências e evolução do Sistema Financeiro”. No painel, ambos comentaram sobre as principais novidades do mercado, que vem se desenvolvendo para abraçar as demandas do novo perfil de clientes. Além disso, chamaram a atenção para que as cooperativas reforcem o seu posicionamento, em um mercado onde o cliente utiliza diferentes players para suprir suas necessidades financeiras.
O cooperativismo é um modelo de negócio de pessoas para pessoas. E essa nova forma de olhar para o mercado foi tema da palestra “Negócios com Significado”, que recebeu Kasuo Yassaka, Sócio-Fundador da Yassaka. Duante sua fala, Yassaka lembrou do principal papel do cooperativismo, um modelo de negócio que representa uma nova visão necessária para a sociedade atual. “A ação social mais impactante de uma cooperativa é o serviço que é prestado. Por vocação, os negócios cooperativos são o maior meio de transformação”, frisou.
Iniciando a etapa final do CoopTalks Crédito, o painel “Cooperação em foco: como se comporta o novo mercado financeiro?” recebeu Laércio Fogaça, Head de engenharia de produções da Mambu e Lucila Simão, CEO do Instituto Fenasbac. Ao longo da conversa, os convidados trouxeram um panorama do cooperativismo atualmente, lembrando alguns pontos de atenção para o setor. Segundo Fogaça, é necessário que as cooperativas se atentem ao formato de negócios que desenvolvem, de forma a abrirem os horizontes para o novo. “As cooperativas precisam continuar o seu trabalho essencial, conhecendo as necessidades do cooperado, ao mesmo tempo em que criam ferramentas e plataformas que permitam novas estratégias de negócio”, comentou. Para Simão, olhar para o mundo externo é fundamental, identificando as mudanças e criando novos caminhos de atuação. “O mercado financeiro onde as cooperativas estão inseridas hoje possui uma nova configuração. São novos caminhos, que colocam novas oportunidades e clamam por uma nova forma de fazer cooperativismo”, completou.
Os novos passos da economia brasileira foram tema da palestra “Real Digital: a nova realidade financeira”, apresentada por Rodrigoh Henriques, Diretor de Inovação da FENASBAC. Em sua participação, Henriques destacou as recentes mudanças no hábito financeiro do brasileiro, que passou a contar com novas ferramentas em seu dia a dia. Além disso, lembrou do poder de integração que o Real Digital trará para o Brasil, iniciando um novo momento na relação do país com a economia mundial.
Finalizando o CoopTalks Crédito 2022, Harold Espínola – Chefe do departamento de supervisão de cooperativas do Banco Central – falou sobre o desenvolvimento das cooperativas de crédito. Em “A modernização do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo”, Espínola relembrou do crescimento do setor, que vem ganhando mais protagonismo no cenário de crédito do Brasil, mesmo diante do cenário econômico conturbado. Para concluir, deixou uma provocação, chamando o público a refletir sobre o papel das cooperativas e sua resiliência ao longo da história. “Em que momento da história o cooperativismo não foi moderno e enfrentou as crises?”, questionou.
CoopTalks Crédito
Realizado pela MundoCoop, o CoopTalks Crédito – 3ª Edição é uma maratona de palestras e painéis especiais que levarão o palco virtual os principais temas que ditarão o futuro das cooperativas.
Agradecemos a todos os nossos speakers que palestraram nos dois dias de evento; aos nossos patrocinadores e parceiros; à equipe MundoCoop e a você, leitor, que acompanhou as mais de 10 horas de conteúdo.
Para ver ou rever as apresentações do primeiro dia, confira a transmissão completa em nosso canal no YouTube.
Para conferir a transmissão completa do SEGUNDO DIA do CoopTalks Crédito, acesse o nosso canal.
Por Leonardo César – Redação MundoCoop