Cada vez mais em alta no mercado, o cooperativismo é feito por pessoas e para pessoas. Esse modelo de negócio visa, além do lucro, o desenvolvimento humano de seus associados, transformando a realidade de muitas pessoas, como é o caso da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), referência em empreendedorismo, formada por mulheres em situação de cárcere.
A Coostafe conta com 30 custodiadas que trabalham em um espaço dentro do Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Ananindeua. As atividades realizadas pelas mulheres incluem costura e artesanato para a produção de peças comercializadas em eventos e feiras, conforme explica Leilane Sales, presidente da cooperativa.
“Desde 2014 vem sendo desenvolvido um trabalho no CRF de Ananindeua, onde as mulheres começaram a produzir joias e semijoias para sair do ócio. Aí foi visto que realmente era necessário dar continuidade ao trabalho e surgiu a Coostafe, que é esse trabalho lindo”, destaca Leilane.
Ressocialização
Ao longo dos anos, mais de 300 mulheres já passaram pela cooperativa e saíram capacitadas para as atividades que mais gostaram. Desta maneira, elas conseguiram retornar para a sociedade e desenvolver um trabalho.
Atualmente, a Coostafe conta com alguns parceiros que têm viabilizado cursos e doações para a cooperativa. “O Sistema OCB/Pará tem sido uma parceiro incansável, de forma que viabiliza para que a cooperativa continue no ramo do cooperativismo. Esse trabalho na cooperativa tem ajudado cada uma de nós a não continuar na criminalidade. Então, agora podemos desenvolver nossos trabalhos e nos profissionalizar”, pontua a presidente da Coostafe, Leilane Sales.
Turiarte
Outra cooperativa que vem transformando a vida das pessoas é a Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (Turiarte), formada por comunitárias e comunitários que fazem parte da Reserva Extrativista Tapajós (Arapiuns) e do projeto de assentamento agroextrativista Lago Grande, no município de Santarém.
De acordo com Ingrid Natalia Godinho Cardoso, presidente da Turiarte, a cooperativa foi constituída em 2015, inicialmente com sete comunidades e 70 sócios-fundadores, 54 mulheres e 16 homens. Atualmente, conta com mais de 100 mulheres e 12 comunidades envolvidas, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida das comunidades da floresta, desenvolvendo o turismo de base comunitária e promovendo o artesanato confeccionado pelas mulheres como a palha de tucumã.
“Trabalhar em cooperativismo é trabalhar atividades que contribuem e movimentam a economia local, porque gera renda para nós cooperados, filhos de cooperados e indiretamente para quem não é cooperado, ou seja, nossas necessidades econômicas são atendidas com mais rapidez. Além do mais, o cooperativismo desenvolve políticas e fomenta iniciativas que visam contribuir para uma sociedade mais justa, além de melhorar a nossa qualidade de vida e do nosso território”, afirma a presidente da cooperativa.
Coopaflora
Já para Maria Daiana Figueiredo da Silva, presidente da Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora), o cooperativismo proporciona união para trabalhar coletivamente.
Criada no dia 07 de fevereiro de 2019, com sede em Oriximiná, na região norte do Pará, a Coopaflora visa fortalecer o extrativismo na área. Atualmente, a Coopaflora é responsável pela comercialização de produtos não madeireiros como castanha, copaíba, cumaru e andiroba.
“A Coopaflora foi criada para viabilizar o escoamento da produção extrativista e da agricultura familiar nos diferentes territórios do norte do Pará, a partir da necessidade de uma estrutura comunitária para ampliar o volume de oferta para as empresas, além de reforçar a união dos grupos étnicos na defesa dos seus territórios”, ressalta Maria Daiana.
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Fonte: O Liberal