Em um momento de celebração e reflexão, comemoramos o Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito, data que honra não apenas a história das cooperativas de Crédito no Brasil, mas também reforça o compromisso inabalável com os princípios que regem nosso sistema cooperativista. É com satisfação e otimismo que, na qualidade de presidente do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), compartilho algumas reflexões sobre a vitalidade e crescimento do cooperativismo de crédito no nosso país.
Desde a sua instituição em 2012, o Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito, celebrado em 28 de dezembro, busca homenagear a primeira cooperativa fundada pelo Padre Theodor Amstad em Nova Petrópolis (RS) no ano de 1902. Mais do que uma simples reverência ao passado, esta data representa o vigor e a resiliência de um sistema que, após 121 anos, se mantém como uma alternativa econômica sólida e vantajosa para seus cooperados.
As cooperativas de Crédito, responsáveis por oferecerem soluções financeiras a mais de 17 milhões de associados, desempenham um papel crucial na vida de muitos brasileiros. Por meio de um atendimento personalizado e humanizado, nossas cooperativas proporcionam acesso a produtos financeiros adequados à realidade de cada associado, garantindo não apenas serviços eficientes, mas também a distribuição justa dos resultados por meio da devolução das sobras. Dessa forma, as cooperativas de crédito não só promovem a inclusão financeira, mas também se tornam agentes transformadores nas comunidades, gerando prosperidade nos municípios onde estão inseridas.
É notório o avanço significativo do cooperativismo de crédito no Brasil, fortalecido ainda mais pelo novo marco legal, a Lei Complementar 196/2022. As adaptações relacionadas ao fomento de atividades, à gestão e governança, bem como à organização sistêmica e eficiência do Sistema Nacional de Cooperativas de Crédito demonstram o comprometimento em impulsionar o segmento para patamares mais elevados.
O relatório do Banco Central revelou dados animadores sobre o desempenho do cooperativismo de crédito em 2022. O crescimento da carteira de crédito em 22,4%, somando R$ 383 bilhões, superou a expansão do sistema financeiro como um todo. O crédito rural a pessoas físicas e o capital de giro para micro, pequenas e médias empresas continuam sendo as principais modalidades das carteiras de crédito PF e PJ, do SNCC, segundo o BC.
As cooperativas de crédito, presentes em 55,3% dos municípios brasileiros, alcançaram 15,6 milhões de cooperados, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, ao final de 2022. O crescimento expressivo dos ativos, totalizando R$ 590 bilhões, com um aumento de 28,6% em relação a 2021, evidencia a importância do setor no desenvolvimento econômico, especialmente nas áreas mais remotas do país.
Mesmo diante do desafio da inadimplência, as cooperativas de crédito demonstraram robustez ao manterem índices de provisões adequados para suportar as perdas esperadas. Os resultados positivos, impulsionados pelo ganho de escala, não apenas beneficiaram os cooperados, mas também contribuíram para a formação de reservas, elemento crucial para a sustentabilidade econômico-financeira.
No contexto desafiador do mercado financeiro, vale ressaltar a relevância do papel preventivo do FGCoop. Esta entidade desempenha um papel fundamental na estabilidade do setor. Sua atuação proativa, por meio de políticas de prevenção e gestão de riscos, contribui significativamente para a segurança e confiança dos cooperados, garantindo a perenidade e solidez do cooperativismo de crédito.
Ademais, o FGCoop, ao integrar uma rede de proteção financeira, assegura que as cooperativas possam enfrentar eventuais adversidades com resiliência, preservando os interesses dos associados. Esta atuação preventiva é um pilar essencial para manter a integridade e a reputação do cooperativismo de crédito no Brasil.
Diante desse panorama promissor, reforçamos o compromisso do FGCoop em continuar trabalhando incansavelmente para fortalecer ainda mais o cooperativismo de crédito no Brasil. Juntos, construímos um futuro mais justo e promissor para todos!
*Por Luiz Antônio Ferreira de Araújo, presidente do Conselho de Administração do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bacharel em Direito pela UERJ, com ampla experiência no cooperativismo financeiro e presidente da Cooperativa Central de Crédito do Rio de Janeiro – SICOOB CENTRAL RIO