O Paraná é rico em cultura e histórias. Desde sua fundação, vários personagens fizeram desta uma maravilhosa região para morar e crescer.
Situado no Sul do Brasil e agraciado com uma terra boa para o cultivo de café, o Estado é um dos que mais produz o grão, sendo a grande maioria na região do Norte Pioneiro do Paraná.
Conheça um pouco da história cafeeira dessa região e descubra as mulheres do café paranaense.
A Terra Rossa
Lá na testa do Estado do Paraná, na região nordeste, é onde encontramos o Norte Pioneiro. Ele ganhou esse nome depois que os paulistas começaram a colonizar o Paraná por meio dos movimentos que desbravaram o Brasil, chamados de “Entradas e Bandeiras”.
O Estado é conhecido também como “terra roxa”, nome que surgiu por causa de imigrantes italianos, que vieram ao Brasil para trabalhar em lavouras de café. Eles chamavam a terra de “rossa”, que significa “vermelha”, em italiano. No entanto, a palavra foi sendo entendida como “roxa”, e o nome acabou pegando também entre os brasileiros.
A alta produtividade da terra “rossa” foi o motivo da maior migração interna já ocorrida no Brasil. Entre as décadas de 30 e 50, o Norte Pioneiro se tornou morada para povos de outros Estados e até do exterior.
Desbancando a erva-mate, a produção de café no Paraná se tornou a principal economia do Estado. O seu auge ocorreu na década de 70, quando Londrina, a maior cidade da região, se tornou o maior polo produtor de café no mundo.
No entanto, foi nessa mesma década que a maior fatalidade da cultura cafeeira aconteceu. Uma terrível geada dizimou o plantio de café no Paraná, causando o êxodo de aproximadamente 2,6 milhões de pessoas do Estado.
Após essa grande mudança, poucas famílias se arriscaram a continuar produzindo café. Investir em qualidade, foi a única maneira de obter lucro e sobreviver dessa cultura.
Nos últimos anos, cidades como Jacarezinho, Rio Claro, Japira e Tomazina passaram a se destacar em concursos nacionais de cafés de qualidade.
Foi num bairro da cidade de Tomazina, o chamado Matão, que nós encontramos um ponto de resistência do café paranaense. Lideradas por mulheres, mais de 20 famílias cooperam entre si durante a safra, na colheita e até na comercialização de seus cafés.
É um cooperativismo familiar, de amizade e de parentesco. Afinal, em bairros mais afastados todo mundo acaba se tornando parente, não é mesmo?
Conhecendo as mulheres do café do Paraná
A visita a Tomazina foi bem diferente. Aconteceu por um convite surreal da Maristela, a rainha do cafezal do Matão. No entanto, além de provarmos seus cafés, tínhamos o objetivo de preparar, torrar e provar mais de 50 amostras de diferentes lotes de todos os produtores da região.
Não era só a compra que interessava, mas também para ajudar a fornecer um laudo e auxiliar na comercialização dos cafés nas cooperativas e exportadoras da região.
Foram dois dias de trabalho intenso. Todos os cafés foram provados e avaliados, fizemos uma média e escolhemos todos que ficaram acima dela, uma peneira de altíssima qualidade.
Escolhemos 18 lotes de produtoras diferentes, todos eles com o sabor do terroir da região: floral, delicado e com doçura, lembrando balas de caramelo.
Também escolhemos mais dois lotes que ficaram muito acima da média, com notas frutadas e intensidade de sabor, para compor nossa seleção de cafés incríveis da safra 20/21.
O café das mulheres do Paraná
O café mais que especial, o das mulheres do Paraná, possui todo o esforço e o suor feminino para ser uma das bebidas mais saborosas e de qualidade que você já experimentou.
É realizado todo um cuidado na hora da colheita, realizada por elas mesmas, para entregar um produto de altíssimo padrão.
Plantado no Norte do Paraná, a uma altitude de 800 metros acima do nível do mar, o café Mulheres do Paraná é feito pelo processo cereja descascada e possui notas de sabor de flores brancas e caramelo. Possui acidez equilibrada e corpo médio. Uma festa para o paladar.
São 100 anos de história do café no Paraná, agora muito bem contada pelo mulherio do Matão. São elas que movem a força da bebida mais brasileira do mundo. Prove o Café das Mulheres e conheça o pretão do Paraná.
Fonte: G1