Nos próximos anos, o Cerrado deverá se transformar no mais novo polo de frutas do Brasil. Para isso, órgãos públicos e privados se uniram para criar a Rota da Fruticultura na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF), que abrange o Distrito Federal, 29 municípios de Goiás e quatro de Minas Gerais.
Uma das primeiras ações da iniciativa é incentivar o cultivo de açaí, fruta típica da Amazônia. Centenas de mudas de variedades de açaizeiro para terra firme, desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já começaram a ser distribuídas para agricultores familiares.
“Com a Rota das Frutas vamos potencializar essa prosperidade do Cerrado para a fruticultura, basicamente desenvolvendo cultivares geneticamente superiores e ajustando o sistema de produção para outras frutas, trazendo novidades para a região”, destacou o pesquisador da Embrapa Cerrado, Fábio Faleiro.
Nesse primeiro momento serão plantados mil hectares da fruta, envolvendo a participação de cerca de 100 cooperativas e mais de mil produtores rurais. A meta é entregar mais de um milhão de mudas até maio de 2023.
O agricultor Milton dos Reis Alves produz frutas, verduras e legumes há 17 anos no Distrito Federal. A diversificação será ainda maior a partir de agora, com a chegada do açaí. Ele já plantou mais de 400 pés da fruta amazônica. “Daqui a três anos e meio espero um resultado positivo”, aposta o agricultor.
A Embrapa recomenda a utilização de mudas certificadas pela empresa para garantir qualidade e produtividade. Ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação estão previstas para monitorar os pomares e atender as demandas do setor produtivo. A ideia do projeto é que a região do Cerrado se torne referência nacional no plantio comercial do açaí.
As variedades de açaí desenvolvidas pela Embrapa para terra firme (BRS Pará e BRS Pai d´Égua) têm previsão de começar a dar frutos de forma plena em três anos. Até lá, a sugestão da Embrapa é que os agricultores trabalhem em consórcio com outras culturas.
Além do açaí, diferentes frutas exóticas e nativas serão trabalhadas na Rota da Fruticultura, como mirtilo, amora, framboesa e jabuticaba. Ainda terão espaço e incentivo outras frutas cultivadas com sucesso na região do Cerrado, como morango, goiaba, mamão, maracujá, pitaya, abacate e frutos nativos do Cerrado.
Os organizadores da Rota da Fruticultura destacam que a atividade também impulsiona a geração de emprego. Enquanto o plantio de soja cria uma vaga de emprego para cada dez hectares de lavoura, os pomares geram três vagas por hectare.
A Rota da Fruticultura é coordenada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e desenvolvida em conjunto com a Embrapa e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além de diferentes parceiros públicos e privados, entre eles, o Ministério do Desenvolvimento Regional, a Superintendência Federal de Agricultura do Distrito Federal (SFA/DF), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-DF), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e Organização das Cooperativas do DF (OCDF).
Fonte: MAPA