Os participantes do grupo da Cocamar que visitam durante esta semana os Estados Unidos, conheceram a experiência interessante de uma família em Dekalb, no estado de Illinois, onde estiveram na quarta-feira (31/08).
Jim Walter e seu filho estão à frente de uma fazenda que é cultivada há mais de 90 anos pela família. São mil hectares de solos férteis, historicamente servidos por chuvas regulares, o que possibilita ao solo armazenar umidade. O foco é a produção de milho e soja, mas eles resolveram diversificar.
Há dez anos agregam valor ao milho com a instalação de uma destilaria para produção de uísque, que absorve também trigo, centeio e cevada. A média é de um barril da bebida por dia, o equivalente a 300 garrafas, que começam a ser vendidas com pelo menos dois anos de envelhecimento. Mais dois anos e não restará uma única garrafa.
A produção de uísque demanda pouco milho, apenas 5% do total, utilizando variedades apropriadas para esse fim, mas de baixa produtividade, o que não deixa os Walter nem um pouco preocupados. Enquanto um bushel de milho comum está cotado a 6,50 dólares, o uísque é vendido a um preço – acredite – cem vezes maior.
Segundo Jim, o ano tem sido bom, a primavera foi úmida e eles conseguiram plantar milho e soja na época certa. Até há algumas semanas o nível de precipitações vinha abaixo das expectativas, mas voltou a chover bem e a previsão deles é de uma colheita até mesmo acima da média, ao redor de 70 sacas de soja e de 200 de milho por hectare.
Mais a oeste, fazendeiros continuam esperando por umidade. Como no Nebraska também perdura a estiagem, o mercado se mantém em alerta. Há notícias de que, por causa da seca, produtores estão se desfazendo de seus rebanhos de suínos e bovinos, enviando-os mais cedo para o abate.
Com os Walter, como se pode avaliar, está tudo certo. Ainda na linha da diversificação, eles instalaram painéis solares para atender a fazenda e comercializar o excedente. O investimento deve se pagar em quatro anos. Nos EUA, o sistema de energia solar é somente para empatar. Se a geração for superior à demanda, não há benefício algum para quem fornece para a rede pública.
Mesmo assim, é um bom negócio, porque em Dekalb e imediações as fazendas que investiram em energia solar ganharam um cliente em potencial. Elas geram para uma empresa da Facebook que está sendo instalada próximo à propriedade dos Walter. Aí sim os agricultores ganham dinheiro e a previsão é de um lucro maior do que o deixado pela soja.
No mais, a vida segue sua rotina. Os Walter não aplicam fungicida na soja, mas o fazem usualmente nas lavouras de milho. Pouco mais da metade do milho que produzem é destinada para uma usina de etanol e a família, bem estruturada, armazena ali mesmo tudo o que colhe de milho, ao passo que a soja é guardada em um silo fora de seus limites.
O grupo da Cocamar é formado por cooperados e produtores que conquistaram as primeiras colocações no Prêmio de Produtividade de Soja promovido pela Cocamar nas três safras anteriores e o direito de participarem da viagem. Eles chegaram aos EUA no domingo (28/08), cumpriram um extenso roteiro pelos estados de Illinois e Iowa e, neste sábado (03/09), retornam para o Brasil.
Fonte: Imprensa Cocamar