A agricultura foi uma das principais revoluções para a história humana; a partir dela, as grandes civilizações começaram a ser construídas. O domínio de técnicas agrícolas sempre esteve ligado com a tecnologia, e cada inovação foi responsável por garantir uma melhora na produção.
Atualmente, as modalidades de agricultura podem ser divididas entre intensiva e extensiva, mas, apesar do que muitos acreditam, a diferença entre elas não diz respeito exclusivamente ao tamanho do plantio.
O que é agricultura intensiva?
A agricultura intensiva é o método de produção agrícola que privilegia a otimização da produtividade por meio do uso intensivo de insumos e tecnologias. Esse sistema visa obter altos rendimentos por área cultivada e, para isso, utiliza técnicas como o plantio em larga escala, a aplicação de fertilizantes químicos e agrodefensivos, o controle rigoroso de pragas e doenças, a irrigação controlada e o uso de maquinários agrícolas avançados.
Na agricultura intensiva, a maioria dos processos produtivos passam por mecanização, o que reduz a participação humana, diminui custos e agiliza a produção. Além disso, é comum o uso de estufas e sistemas hidropônicos, que permitem um controle mais preciso das condições ambientais para o cultivo das plantas.
Outra característica da agricultura intensiva é a utilização de sementes geneticamente modificadas e técnicas de melhoramento genético. Isso é feito tanto para obter culturas mais produtivas quanto para gerar plantas mais resistentes às pragas mais comuns.
A agricultura intensiva é aplicada em grandes áreas de plantio e também recorre à monocultura, ou seja, o plantio de uma única espécie que pode ser intercalada com outra durante a entressafra.
Devido à alta complexidade envolvida na produção e a necessidade do desenvolvimento tecnológico, a agricultura intensiva é mais comum em países mais desenvolvidos ou em áreas mais ricas de países em desenvolvimento. Muitas vezes, na agricultura intensiva, a produção de uma commodity é privilegiada, assim como a venda para o mercado externo.
O que é agricultura extensiva?
A agricultura extensiva é um sistema de produção agrícola que utiliza menos tecnologia e insumos na produção. Por isso, para aumentar a produtividade, é necessário aumentar a área plantada. Por utilizar menos insumos, a agricultura extensiva utiliza técnicas mais naturais de plantio e de defesa de pragas.
Entre as características desse tipo de agricultura estão os métodos tradicionais, como o cultivo em grandes áreas abertas, pouca utilização de fertilizantes químicos, pouco uso de pesticidas e irrigação controlada. Com menos insumos, os agricultores dependem mais dos recursos naturais, como chuva, fertilidade do solo e adequação das culturas à região.
A agricultura extensiva pode gerar menos rendimento por hectare, porém, pode trazer mais benefícios como a melhor preservação ambiental. Dependendo do regime climático e de chuvas, a agricultura extensiva pode dar ótimos resultados.
Devido ao baixo uso de tecnologia, a agricultura extensiva é comum em países em desenvolvimento, onde muito da produção é destinada ao consumo local. Isso também favorece uma maior variação nos produtos ofertados, e, muitas vezes, ocorre em larga escala em pequenas propriedades que praticam a agricultura de subsistência.
Qual é a melhor técnica?
Tanto a agricultura intensiva quanto a extensiva apresentam vantagens e desvantagens, e para definir qual é a técnica ideal para utilizar, os produtores devem considerar a avaliação do local e o objetivo de cada produtor. Porém, é possível destacar os pontos positivos e negativos de cada modalidade.
As principais vantagens da agricultura intensiva incluem maior produtividade por área cultivada, o que é fundamental em um mundo com o constante aumento da população que necessita cada vez mais de alimentos. Através dela é possível obter altos rendimentos e prolongar o período de cultivo durante todo o ano.
Além disso, a agricultura intensiva pode se beneficiar do uso de sementes geneticamente modificadas e técnicas de melhoramento genético para obter culturas mais produtivas e resistentes.
Entre as desvantagens da agricultura intensiva estão, principalmente, os seus riscos ao meio ambiente. Por depender fortemente de insumos, como fertilizantes químicos e pesticidas, tem maior tendência de causar poluição ambiental, riscos para a saúde humana e para a biodiversidade local.
O uso intensivo de água e combustíveis fósseis podem levar ao esgotamento de recursos naturais importantes. A agricultura intensiva também pode levar à degradação e esgotamento do solo devido ao uso intensivo e à falta de práticas como a rotação de culturas.
A agricultura extensiva se destaca pela capacidade de preservação de ecossistemas naturais e a menor dependência de insumos, o que resulta em menor impacto ambiental e menor risco potencial para a saúde humana. O modelo também pode manter práticas agrícolas tradicionais e culturais em determinadas regiões, além de privilegiar técnicas como o manejo biológico de pragas, agricultura de baixo carbono, rotação de culturas e sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
No entanto, a agricultura extensiva apresenta algumas desvantagens. Por ter uma menor produtividade por área cultivada, sua capacidade de produzir alimentos pode ser limitada e incapaz de responder à demanda global. Além disso, requer maior extensão de terras, o que, em alguns casos, pode fazer que a agropecuária avance sobre áreas de florestas, interrompendo seus benefícios ambientais.
A agricultura extensiva também depende mais de recursos naturais, como a chuva, e isso causa insegurança para produtores em relação às mudanças climáticas e eventos climáticos extremos. Inclusive, a menor eficiência no uso de recursos, como água e fertilizantes, pode resultar em desperdício.
Nota-se que agricultura intensiva e a extensiva apresentam pontos negativos e positivos. A escolha entre elas depende de fatores como disponibilidade de recursos, demanda por alimentos, características da região e preocupações ambientais.
O equilíbrio entre a produtividade agrícola e a sustentabilidade ambiental é fundamental para garantir a segurança alimentar a longo prazo e minimizar os impactos negativos no meio ambiente. Saber dosar o uso dessas modalidades de agricultura pode ser uma das formas de alcançar maior sustentabilidade.
Fonte: Summit Agro