“As cooperativas podem ajudar o Brasil a sair da crise porque o sistema cooperativo gera desenvolvimento. Os dados sobre o índice de desenvolvimento humano e de desenvolvimento econômico mostram que o crescimento é muito maior em cidades e regiões em que as cooperativas estão pujantes”. A avaliação foi feita pelo presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, que nesta quarta-feira (28) participou do Tá na Mesa da Federasul, onde foi apresentado os dados do levantamento “A Expressão do Cooperativismo Gaúcho”.
Segundo Hartmann, o modelo de organização cooperativo tem uma capacidade de mitigar todas as dificuldades e através da sua profissionalização o setor consegue crescer cada vez mais. “O ano de 2023 é realmente mais complexo porque entramos na segunda seca – que foi muito mais impactante e com a segunda seca tivemos a queda dos produtos agropecuários que acabaram por delimitar e por estreitar toda a capacidade de investimento dos associados e das cooperativas”, explica.
Para Hartmann, o sistema de cooperativas é a resposta para a dificuldade de obtenção de crédito em tempos de juros altos e instabilidade econômica. “O modelo cooperativo tem as condições de subsidiar, apoiar e construir novas alternativas. O cooperativismo é inclusivo. Estamos em um Brasil de exclusão e muito radicalizado. Devemos pensar menos em exclusão e muito mais em inclusão”, acrescenta.
De acordo com o presidente do Sistema Ocergs, o sistema atua com foco na viabilidade econômica, na tecnologia e na competitividade para que o setor possa ser o melhor negócio para as cooperativas e para os seus associados.Segundo o presidente do Sistema Ocergs, o setor pretende buscar recursos financeiros em instituições internacionais para que possa acessar créditos mais compatíveis com os projetos de investimentos das cooperativas. “É um trabalho complexo e por isso estamos buscando junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o auxílio para validar as questões de empréstimos internacionais”, destaca.
Em 2022, as cooperativas gaúchas registraram faturamento recorde de R$ 81,9 bilhões, um incremento de 14,9% em relação ao ano anterior. O sistema é composto por 371 cooperativas e 3,5 milhões de associados. “Os números confirmam a força do cooperativismo. Empregamos mais de 76 mil pessoas e os municípios que sediam cooperativas apresentam níveis de educação e renda mais altos do que o restante do Rio Grande do Sul”, ressalta.
A pesquisa, conforme Hartmann, demonstra a eficiência econômica das cooperativas gaúchas, que registraram crescimento de 19,2% nas sobras apuradas, atingindo o valor de R$ 4,3 bilhões. A agropecuária impulsionou o crescimento – as cooperativas do agro atingiram um faturamento de R$ 52 bilhões em 2022, o que representou 63,5% do total dos sete ramos do cooperativismo no Rio Grande do Sul. O setor é composto pelo agropecuário, crédito, saúde, infraestrutura, transporte, produção de bens e serviços e consumo.
Além disso, o sistema cooperativista gaúcho apresentou evolução do patrimônio líquido, que em 2022 cresceu 16,2% e alcançou R$ 28,1 bilhões. Em relação aos ativos, o setor registrou um acréscimo de 20,1% alcançando a marca de R$ 149,6 bilhões. De acordo com o presidente do Sistema Ocergs, o RSCOOP150, que foi lançado em 2022, é o plano estratégico do cooperativismo gaúcho para os próximos cinco anos. A proposta é atingir 100 mil empregos diretos e R$ 300 milhões de investimento em capacitação até 2027.
Fonte: Diário do Comércio