As boas práticas das cooperativas do agro no uso e reuso dos recursos naturais foram apresentadas pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante sua exposição no 6º Seminário Água Innovation: negócio, gente e futuro, que aconteceu no Ceará nos dias 22 e 23 de março. Ele expôs suas considerações no painel Acelerar o desenvolvimento agropecuário: qual o papel do poder público e da iniciativa privada? acompanhado pelos presidentes do Sistema Ocepar e Sistema OCB/CE, José Roberto Ricken e João Nicédio Alves Nogueira, e pelo secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara.
“Costumo repetir uma frase do meu pai, cooperativista antigo, que diz que uma planta nasce muito melhor de muda do que de semente. Não adianta termos só boas ideias. Por isso, no cooperativismo a gente traz experiências palpáveis. É por isso que temos o privilégio de conhecer neste momento as experiências das cooperativas do Paraná para adaptar estratégias para o Ceará. Temos [cooperativismo] o desafio de movimentar, até 2027, R$ 1 trilhão em prosperidade, reunir 30 milhões de cooperados e gerar 1 milhão de empregos diretos. Cada estado tem sua fatia para que esse desafio seja cumprido”, iniciou Freitas referindo-se ao Desafio BRC 1 Tri de Prosperidade, lançado na Semana de Competitividade 2022.
O presidente ressaltou a versatilidade que o Ramo Agro tem em produzir em escala com equilíbrio econômico e socioambiental. “Somos 1.170 cooperativas do agro, que congregam mais de 1 milhão de cooperados responsáveis por 53,6% da safra nacional de grãos. Nosso sucesso passa por nossos princípios e valores cooperativistas, mas também pela assistência técnica que assessora 63,8% dos agricultores. Segundo o IBGE, apenas 20,2% dos produtores rurais do país recebem estas orientações”, comparou.
Freitas frisou o Programa ESGCoop, recém lançado pelo Sistema OCB, que estimula cooperativas e cooperados a refletirem e atuarem em quatro aspectos: ambiental; inovação e acesso às tecnologias; equidade e diversidade; e liderança e governança para criar métodos e indicadores. “Somos uma força social expressiva e os dados comprovam nossa força. Nosso movimento, desde sua origem, é adequado aos anseios das novas gerações que clamam por um mundo mais próspero e uma economia mais compartilhada e solidária”.
O presidente apresentou algumas iniciativas de cooperativas que contribuem para uma produção ambientalmente correta, em especial, com projetos direcionados à preservação de nascentes. O primeiro foi sobre o Projeto Nossa Água, da Cooperativa Integrada (PR), que propôs medidas de recuperação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, em conjunto com a conscientização de seus cooperados.
No case da mineira Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), denominado Nascentes da Mata do Sino, Freitas ressaltou a promoção da coop na proteção das nascentes e corpos d’água aliado ao incentivo aos produtores para estabelecerem novas zonas de conservação ao longo dos cursos de água.
O Projeto Café Produtor de Água, do Conselho Nacional do Café (CNC), também foi citado pelo presidente. As estratégias de sustentabilidade na cadeia produtiva do grão como recuperação e conservação das áreas de recarga e nascentes; melhoria da qualidade e aumento da oferta de água nas bacias hidrográficas; e conservação da biodiversidade, têm sido práticas de produtores de diversas regiões do país.
Água Innovation: O evento realizado pelo Instituto Future tem por objetivo reunir informações sobre o desempenho de atividades que integram os recursos naturais e produção agropecuária, com a finalidade de fomentar o desenvolvimento do setor no Nordeste. O encontro também promove a conscientização do uso racional da água, sua importância para a vida humana e para o desenvolvimento sustentável de outros setores, como o de energias renováveis.
Fonte: Sistema OCB