O prêmio Floresta é Sustentabilidade, que venceu na categoria Gestão e Economia da Floresta na edição de 2021-22, permitiu reforçar a imagem da Régie Lima – Cooperativa Florestal e Social junto dos produtores florestais e aumentar o reconhecimento. As suas práticas comerciais e de prestação de serviços caracterizam-se “pela promoção de maior transparência do negócio e pelo aumento do volume de produtos florestais comercializados”.
Constituída em 14 de julho de 2014, a Régie Lima junta associações florestais, como a Associação Florestal do Lima; cooperativas agrícolas, como a Coopalima – Cooperativa Agrícola dos Agricultores do Vale do Lima; instituições de ensino, como o Instituto Politécnico de Viana do Castelo; juntas de freguesia, como a de Rebordões-Souto, da Facha; e empresas como a Raiz da Terra ou a Fungifresh.
“A Régie Lima usufrui da forte implementação local das associadas, do conhecimento privilegiado, da capacidade técnica, da relação forte com os proprietários florestais, da capacidade de implementação de uma filosofia de organização em rede e do pioneirismo na dinamização do associativismo empreendedor”, dizem os seus responsáveis. O seu presidente, José Carlos Ribas Gonçalves, resumiu, em 2022, que a cooperativa foi inovadora na sua forma de fazer as aquisições e vendas de madeira. “Compramos à tonelagem e os produtores sabem quanto rendeu o peso da madeira e é isso que pagamos.”
Certificação florestal
Outros fatores distintivos são a promoção do associativismo centralizado na comercialização dos produtos e serviços florestais, a compra de madeira em pé, que é feita à unidade, o que acrescenta a informação ao produtor florestal da quantidade de madeira em exploração. Adicionam-se ainda a valorização da biomassa florestal e o apoio ao desenvolvimento do tecido empresarial, das pequenas empresas, que atuam na atividade da exploração florestal.
Um dos aspetos relevantes na atividade da Régie Lima é a certificação florestal. Esta tornou-se um fator “importante devido ao aumento da competitividade nos circuitos comerciais, nacionais e internacionais, em que se impõe cada vez mais a utilização de produtos certificados. A certificação florestal, pelas normas FSC (Forest Stewardship Council) e PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification), apresenta-se como garantia de uma correta gestão florestal e da promoção do desenvolvimento sustentável, pelos bens e serviços produzidos e pelas externalidades positivas geradas”, refere a Régie Lima.
A certificação florestal significa para os proprietários e produtores florestais o acesso a novos mercados, preços diferenciados e melhoria da imagem institucional.
Em termos de incentivos à exploração florestal, a cooperativa considera que é necessária uma maior sensibilização para o cumprimento na proteção dos solos e dos recursos hídricos, o aumento da qualificação dos trabalhadores em domínios relevantes para a estratégia da inovação e modernização da empresa, e a existência de uma maior capacidade de gestão das empresas para encetar processos de mudança e inovação. Esta cooperativa de Ponte de Lima tem, além da dimensão florestal, uma dimensão de apoio social, e gere em arrendamento rural 7,4 hectares em duas propriedades em Arcos de Valdevez e Viana do Castelo com 2,78 hectares de castanheiros e o restante ocupado em eucaliptos.
Fonte: Jornal de Negócios