O agronegócio brasileiro, além de pop, tech e tudo, é um dos setores mais importantes para a economia mundial. Vem dele não apenas o alimento para a sociedade, mas também a base para milhares de famílias, seja no âmbito dos negócios, seja na esfera da sustentabilidade do seu entorno social. Por isso, todos precisamos refletir muito antes de emitir qualquer manifestação em relação a esse setor.
Por vezes, vejo opiniões em jornais e falas descabidas sobre o agronegócio, vejo críticas e o próprio mercado internacional seguir boatos e restringir, por exemplo, a carne de nosso País. Logo em seguida, emitem notas dizendo que tudo já está esclarecido e que as exportações foram normalizadas. Além de triste, isso é muito grave. Os produtores rurais dedicam-se diuturnamente, plantam, colhem e entregam seus produtos com zelo e qualidade. De maneira alguma podem, por qualquer bobagem, ser prejudicados no resultado final de suas atividades. São merecedores de aplausos e do respeito de cada um que se alimenta a partir do trabalho deles.
Em 2023, o PIB do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre foi fantasticamente contundente: cresceu 21,6%, registrando a maior alta desde 1996. Precisamos valorizar os resultados e a riqueza gerada por esse setor, que sustentou praticamente sozinho o PIB brasileiro neste ano até aqui.
Contundentes também são os resultados das cooperativas agropecuárias de nosso País. Em 2021, esse segmento somou 1.170 cooperativas, com mais de um milhão de cooperados, geração de 239 mil empregos diretos, levando qualidade de vida e desenvolvimento para todo o Brasil. As coops agropecuárias somam atualmente R$ 230 bilhões em ativos, sendo que o faturamento representa R$ 358 bilhões. Por meio desse setor, são recolhidos em média, por ano, R$ 12,8 bilhões em impostos destinados aos cofres públicos. Tudo isso, claro, sem contar os mais de R$ 7,1 bilhões investidos em salários e benefícios aos funcionários do setor.
As cooperativas do agro em Minas dobram de tamanho em faturamento a cada cinco anos, segundo o Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro, e são responsáveis por 38,5% de toda a movimentação econômica do setor no Estado, representando ainda 20,3% do PIB do agronegócio em Minas Gerais.
O agronegócio, especialmente considerando o cooperativismo, é sinônimo de profissionalização, competitividade e tecnologia. Não por acaso, e com frequência, é destaque nas editorias de economia e tema de campanhas publicitárias em rede nacional. Não é de hoje que é tema de novelas, com destaque para a mais recente do horário nobre da TV – Terra e Paixão. A despeito da licença poética de uma obra de ficção que relaciona a cooperativa a outros acontecimentos da narrativa, vale destacar a força do setor, a produção que sustenta a balança comercial do País e a quantidade de pessoas envolvidas com esse segmento tão relevante para todos nós. E o mais importante é que o resultado de toda a jornada econômica do agro seja mais justo com o produtor rural, e que retorne com mais ênfase pelas porteiras das propriedades rurais. O agro é pop, é tech, é tudo e muito mais.
*Ronaldo Scucato é Presidente do Sistema Ocemg