Como parte da celebração do 75º aniversário da Liga de Cooperativas de Porto Rico, o Presidente da Aliança Cooperativa Internacional, Ariel Guarco, visitou a ilha e destacou a possibilidade de fortalecer as cooperativas de energia como uma estratégia para a transformação do setor elétrico do país.
“Nasci em uma cooperativa elétrica e a presido há 15 ou 16 anos”. Uma cooperativa de eletricidade muda a vida das pessoas porque começa fornecendo energia, mas depois assume todos os outros serviços”, disse Guarco, que também é presidente da Federação das Cooperativas de Eletricidade e Serviços Públicos na Província de Buenos Aires.
O objetivo dessas cooperativas é satisfazer a necessidade individual e social de serviços de eletricidade aos membros, clientes e comunidades, através de sistemas de geração, transmissão e/ou distribuição de eletricidade.
Eles também asseguram que operam para garantir continuidade, estabilidade, eficiência, confiabilidade e resiliência diante de desastres naturais, segundo o Escritório de Energia de Porto Rico (NEPR), a entidade que regulamenta e concede licenças para este modelo na ilha.
“Há exemplos em todo o mundo de pessoas se reunindo com outras para aproveitar a energia que elas querem e precisam consumir”, acrescentou Guarco.
Ele destacou o exemplo da Argentina, onde existem 600 cooperativas elétricas que fornecem energia a mais de 1.200 dos 2.400 vilarejos do país. Isto significa que 50% da energia na Argentina é produzida e distribuída através de cooperativas de energia.
De acordo com informações fornecidas pelo Bureau of Energy, nos Estados Unidos, as cooperativas elétricas prestam serviço a 53% do território nacional.
Guarco indicou que em países como a França “vizinhos se reúnem para financiar formas de produzir energia limpa”, iniciando o modelo cooperativo entre eles.
Embora as cooperativas de energia sejam possíveis em Porto Rico desde 2018, sob a Lei das Cooperativas de Energia (Lei nº 258), o setor está dando seus primeiros passos.
Segundo dados do Departamento de Energia, quatro cooperativas de energia certificadas operam na ilha: Cooperativa Hidroeléctrica de La Montaña, Pirucho Coop, Cooperativa la Margarita e Cooperativa de Gestão de Energia Renovável (REM Coop).
Perguntado como motivar o governo a incentivar a iniciativa cooperativa no setor de energia, Guarco respondeu que a chave é a perseverança.
“Os governos têm muitas camadas e sempre haverá alguém disposto a nos ouvir e nos dar uma chance, e nesse ponto temos que mostrar que realmente somos uma ferramenta com a qual o Estado pode contar para fazer as coisas melhor”, acrescentou ele.
Metas e objetivos para 2023
Entre as questões que a Aliança Cooperativa continuará a promover, Guarco destacou a igualdade de gênero e o vínculo entre os jovens.
“Nossa gestão tem sido um pilar fundamental. Pela primeira vez, incorporamos o presidente do comitê de gênero e os jovens no fórum global, tanto com voz quanto com voto, porque entendemos que eles são uma parte essencial não apenas para as questões da juventude e da igualdade de gênero, mas que são uma contribuição fundamental para tudo”, disse o membro da cooperativa.
A Diretora Executiva da Liga de Cooperativas de Porto Rico, Mildred Santiago, destacou os esforços em andamento para erradicar a pobreza, seguindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o desenvolvimento de habitação cooperativa.
“Queremos replicar o modelo de habitação cooperativa”. Realizamos reuniões com organismos nacionais e internacionais para ver como podemos replicar este modelo porque o país precisa de moradia, e com as autoridades governamentais estamos em um diálogo agradável porque estamos procurando desenvolver mais em nossa ilha”, disse ela.
Segundo informações, existem 13 cooperativas habitacionais em Porto Rico, a maioria das quais está localizada em San Juan.
Fonte: El Vocero