A 21ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), estudo trimestral da consultoria que monitora o sentimento dos profissionais qualificados com relação ao mercado de trabalho e à economia, acaba de ser lançado. Nesta edição, o ICRH consolidado aponta continuidade do registro de alta, após já ter registrado crescimento no último trimestre. Em relação à expectativa para os próximos seis meses, dos 100 pontos possíveis, o estudo apresentou crescimento, de 48,9 para 50,2 pontos, e retornou ao patamar otimista após um ano. Já ao avaliar o momento presente, o índice registrou melhora na confiança pelo quarto trimestre consecutivo e atingiu 38,6 pontos, o que representa um avanço de 1,3 ponto na comparação com os 36,8 registrados em junho.
O ICRH abrange três categorias: profissionais empregados, profissionais desempregados e recrutadores. Em relação ao momento presente, os indicadores melhoraram tanto para os desempregados, que apresentaram um aumento de 3,9 pontos ante o último período, quanto para os recrutadores, que alcançaram a maior pontuação da série histórica, mesmo que ainda fora do cenário otimista (acima de 50 pontos). Por outro lado, o grupo dos empregados se mostrou mais cético e sinalizou piora no nível de confiança. Já ao olhar para os próximos seis meses, todas as categorias apresentaram alta na expectativa, sendo os desempregados os que ganharam mais confiança, aumentando 2,5 pontos em relação ao resultado do trimestre passado.
“Não há dúvida que a soma de uma série de acontecimentos globais nos inseriu em uma atmosfera de incertezas. No Brasil, ainda pode se adicionar à equação a proximidade das eleições presidenciais, que podem colocar as empresas em compasso de espera”, explica Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul. “Entretanto, é fato que os indicadores macroeconômicos no Brasil, como o crescimento do PIB, as concessões, privatizações e outras medidas econômicas aparentemente têm apresentado efeitos positivos, refletindo diretamente na queda da taxa de desemprego, algo que, ainda de forma tímida, traz de volta o otimismo”, pondera Mantovani.
Além do índice, a sondagem traz informações sobre a característica, a opinião e o comportamento do mercado de trabalho dos profissionais qualificados. Confira algumas das principais tendências de recrutamento e seleção para os próximos meses:
Candidatos buscam transparência nos processos seletivos
De acordo com os profissionais que estão em busca de recolocação, os TOP 3 aspectos que mais os atraem em um processo seletivo e contam positivamente na tomada de decisão são: transparência (67%), comunicação clara dos desafios de trabalho (58%) e valores/propósito da empresa contratante (52%). Em seguida, aparece remuneração competitiva (50%) e agilidade do processo (42%).
O desafio da busca por mão de obra qualificada
Na visão de 77% dos recrutadores entrevistados, encontrar profissionais com os requisitos técnicos e comportamentais necessários para o preenchimento das vagas em aberto está difícil ou muito difícil. Na percepção de 67% deles, o cenário não deve mudar nos próximos seis meses, enquanto 26% acreditam que a busca ficará ainda mais difícil.
Segundo os entrevistados, 32% das empresas afirmam que a intenção de contratar nos próximos meses será mais alta do que atualmente, o que torna a questão ainda mais complexa. Hoje, 26% dizem que a intenção é alta ou muito alta.
Retenção de talentos merece atenção
O ICRH revela que 45% dos profissionais empregados pretendem mudar de emprego até o final do ano. Entre as quatro principais razões para o interesse na mudança, 73% dos entrevistados buscam melhor remuneração, 48% não enxergam chances de crescimento onde estão, 19% desejam benefícios mais atrativos e outros 19% sentem seus valores desalinhados aos da organização.
“Com menos candidatos disponíveis, para sair na frente da concorrência é preciso atenção com relação a fatores que possam gerar insegurança nos profissionais, permitindo que eles se sintam tentados a cogitar novas oportunidades. Aqui, falo sobre definição clara do modelo de trabalho, avaliação sobre necessidades de ajustes na cultura da empresa, lembretes sobre os propósitos das ações e incentivo à construção de um ambiente humanizado em que as pessoas mantenham a conexão umas com as outras, mesmo que em alguns casos à distância”, orienta o diretor-geral da Robert Half. “Além disso, é fundamental apoiar e formar líderes que possam acolher os liderados, mas para isso também se faz necessária a criação de pontos de apoio na estrutura da organização”, completa Mantovani.
Metodologia do ICRH – Lançado em agosto de 2017, o Índice de Confiança Robert Half (ICRH) é um indicador de difusão que varia de 0 a 100. Os indicadores de difusão são de base móvel (50 pontos), construídos de forma que os valores acima de 50 pontos indicam agentes do mercado de trabalho de profissionais qualificados confiantes.
A 21ª edição do ICRH é resultado de uma sondagem conduzida pela Robert Half ao longo do mês de agosto, com base na percepção de 1.161 profissionais, igualmente divididos em três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas, ou que têm participação no preenchimento das vagas); profissionais qualificados empregados; e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).
Fonte: RPMA Comunicação