O Banco Central (BC) anunciou a lista com os 8 projetos selecionados na quinta edição do LIFT Lab 2022, todos alinhados aos temas inclusão, competitividade, transparência, educação e sustentabilidade da Agenda BC#. O Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas é uma iniciativa coordenada pelo BC em parceria com a Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac).
Líder de Inovação da Fenasbac, Rodrigoh Henriques destaca que o LIFT Lab tem incentivado a inovação financeira desde 2018 e, com isso, conta com o reconhecimento de toda a sociedade. “A divulgação dos projetos selecionados, além de dar transparência ao processo, atrai o interesse de todos os participantes do sistema financeiro e de seus especialistas e pesquisadores”, afirma. “É uma oportunidade e uma honra poder fazer parte e compartilhar com todos os temas e projetos que serão desenvolvidos nessa 5º edição do LIFT Lab”, completa.
“O LIFT LAB é uma oportunidade de interação com a sociedade na qual apresentamos o valor do BC na construção da inovação no SFN. A divulgação de uma nova edição, agora contemplando 8 projetos, representa um importante marco do LIFT LAB, que completa 5 anos de operação”, reforça o chefe de divisão no Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, André Siqueira.
Cooperativa em destaque
O Ailos, sistema de cooperativas de crédito que conta com mais de 1,4 milhão de cooperados na região Sul, foi um dos selecionados para o Lift Lab 2022. Desenvolvido pelo Laboratório de Inovação da Ailos, o projeto Ailos Pix Crédito foi um dos oito escolhidos em todo o Brasil e é o único proposto por um sistema de cooperativas de crédito. Os projetos estão alinhados aos temas inclusão, competitividade, transparência, educação e sustentabilidade da Agenda BC#.
A proposta do Ailos Pix Crédito é criar uma modalidade de pagamento e parcelamento facilitado, com taxas de transação e antecipação de recebíveis reduzidas para os estabelecimentos. A ideia é que o novo meio instantâneo de pagamento seja similar ao cartão de crédito, porém de forma digital e sem a necessidade de uso do cartão físico, simplificando as transações – e possibilitando que os cooperados comprem de forma parcelada via Pix.
As propostas de projetos para o Lift Lab são submetidas a um comitê de seleção que avalia o impacto inovador e o potencial benefício ao cidadão de cada iniciativa. Os projetos selecionados passam por uma etapa de engajamento com servidores do Banco Central, especialistas do mercado e da academia, para então tornarem-se um protótipo. O início dos laboratórios experimentais dos projetos selecionados nesta edição será em 12 de setembro, com a primeira entrega prevista para 15 de outubro. A entrega final será em 15 de dezembro.
Confira as outras propostas selecionadas pelo Banco Central:
DeFi – Liquidity Pool (Itaú): plataforma que, por meio de blockchain e smart contracts, permite a custódia, troca de moedas e investimentos alternativos. O caso de uso consiste na criação de um pool de liquidez, com tokens que emulam Stablecoins que podem ter paridade com real, dólar ou alguma outra moeda fiduciária, sendo seu funcionamento similar ao de DeFis de liquidez que atuam no mercado de ativos digitais.
Easy Hash – Microcrédito Descentralizado (Celso Jungbluth): solução de tokenização de ativos financeiros em blockchain para descentralização do risco do crédito entre diversos credores.
G10 Bank (G10 Bank Participações AS): visando a inclusão financeira, promove a concessão de microcrédito para pessoas vulneráveis integrantes do G10 favelas, onde parte da comprovação para concessão do crédito é feita por “presidentes de rua”, que são pessoas que conhecem a comunidade para facilitar a operação.
Interoperabilidade entre o Real Digital e um Blockchain público (Lovecrypto LTDA): proposta de conversão de stablecoin no blockchain Celo em Real Digital, estudando a interoperabilidade entre o blockchain público que roda na EVM (Ethereum Virtual Machine) e a CBDC, além da possível interoperabilidade com o Pix.
Pix com uso de NFC e QR Code Offline (Itaú): tem como objeto o adiantamento das discussões sobre pagamentos via Pix utilizando a tecnologia NFC, utilizando celulares com débito em conta. Além disso, pretende estudar solução de Pix offline por QR-CODE, onde a transação será realizada com base em saldos reservados de forma offline, de forma fluida preservando a segurança.
Protocolo de crédito descentralizado (Delend Tecnologia LTDA): trata da ampliação do acesso ao crédito por pequenas e médias empresas, através de uma plataforma digital, onde pagamentos a prazo aconteçam baseados em dados do open finance e com agendamento de Pix, onde os dados do cliente sejam utilizados pelo credor na avaliação do risco da operação.
Redução de custos e complexidade no uso de CCBs, através da aplicação de smart contracts e stablecoins (Nest): trata do desenvolvimento de smart contracts em blockchain como aplicação de regras de negócio de CCBs de acordo com as normas do Banco Central, com uso de stablecoins ou CBDCs para liquidação da CCB, a partir de transferências Pix ou TED para conta de pagamento. Pretende padronizar e unificar o processo de ponta a ponta em uma plataforma.
Fonte: Banco Central e Imprensa Ailos, com adaptação de MundoCoop